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Rita Matias cantou, com outra deputada do Chega, hino de movimento neo-fascista português dos anos 70?

Política
O que está em causa?
"Já ardem bandeiras vermelhas/Nos campos há gritos de guerra/Nas trevas da noite há centelhas/Das rosas em festa da terra". Rita Matias foi gravada, no Ribatejo, a cantar "Ressurreição", um tema que deu voz ao Movimento Nacionalista criado por jovens nos anos 70. A letra é de um conhecido seu: Diogo Pacheco de Amorim.

Escrito por Diogo Pacheco de Amorim e José Campos e Sousa, o tema “Ressurreição” foi criado durante o verão quente de 1975 pelos dois conhecidos da extrema-direita da altura. É também por isso que a organização juvenil Movimento Nacionalista (MN), que se opôs ao reformismo marcelista, por exemplo, o adotou como hino.

Rita Matias e Madalena Cordeiro, esta última nascida em 2003, foram gravadas, no Ribatejo, a interpretar esta canção. A letra diz assim: “E já ardem bandeiras vermelhas/Nos campos há gritos de guerra/Nas trevas da noite há centelhas/Das rosas em festa da terra/É uma pátria de novo sagrada/Acordada da morte esquecida/Vitória da nova alvorada/Lusitânia em giesta Florida.”

Recorde-se que Diogo Pacheco de Amorim integrou o gabinete político do Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), condenado por um atentado bombista no Norte do país.

Embora negue qualquer ligação às atividades militares do MDLP nos tempos do pós-revolução, certo é que Pacheco de Amorim esteve no setor político do movimento liderado por António de Spínola, antigo Presidente da República, que terá alegadamente coordenado e promovido atentados bombistas e assaltos a sedes de partidos e organizações de esquerda. Um dos casos mais polémicos aconteceu no Norte do país, em 1976, quando o padre Maximino Barbosa de Sousa e a sua aluna Maria de Lurdes, de 19 anos, foram assassinados pela explosão de uma bomba no carro em que seguiam.

Por sua vez, José Campos e Sousa é filho do homem com o mesmo nome que foi Secretário da Propaganda no Estrangeiro e um dos Fundadores do Movimento Nacional-Sindicalista português.

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Avaliação do Polígrafo:

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