Numa publicação de 29 de julho no Facebook, ainda no rescaldo das eleições presidenciais da Venezuela, denunciam-se “os números da fraude. Ao menos podiam somar em condições. Pobre Venezuela e pobres venezuelanos que não merecem tamanho castigo”.
Em causa está uma imagem dos supostos “resultados oficiais”, em que sobressaem dois elementos que geram estranheza: há oito candidatos com a mesma percentagem de votos, 4,6%; e a soma das percentagens de votos dos 10 candidatos resulta em 132,2%.
Daí a conclusão no texto do post que está a ser partilhado viralmente: “De acordo com os resultados oficiais na Venezuela, a soma dos votos é de 132,2% e oito partidos têm a mesma percentagem de 4,6%. A fraude mais desleixada da história.”
Nesse mesmo dia 29 de julho, o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Elvis Amoroso, anunciou os primeiros resultados oficiais das eleições presidenciais, quando ainda só tinham sido apurados os votos de 80% das assembleias.
Nicolás Maduro destacava-se na liderança com 51,2% (5.150.092 votos no total), ao passo que o adversário González Urrutia não ia além de 44,2% (4.445.978 no total).
Os outros candidatos, todos somados, obtiveram 4,6% (462.704 votos no total).
É por isso que na imagem em causa, transmitida pelo canal Telesur, surge oito candidatos com a mesma percentagem. Não corresponde à percentagem de votos registada por cada um, mas à soma conjunta de todos esses oito candidatos.
Em conclusão, não passa de um equívoco. Somando as percentagens de Maduro, Urrutia e do bloco dos restantes oito candidatos, o resultado é de 100%.
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