“A partir de hoje, às 05h27, vivenciaremos o ‘fenómeno aphelion‘, onde a Terra estará muito distante do Sol. Não podemos ver o fenómeno, mas podemos sentir o seu impacto. Isto vai durar até agosto. Teremos um clima frio mais do que o anterior, o que afetará a gripe, tosse, falta de ar, etc. Portanto, vamos todos aumentar a imunidade e beber ou tomar muitas vitaminas e/ou suplementos para que a nossa imunidade seja forte”, alerta publicação divulgada esta sexta-feira, 30 de junho, no Facebook.
Além da informação transmitida, o “post” pede ainda que todos partilhem a informação com pessoas conhecidas: é assim todos os anos. Em 2023, continua a ser falso que o fenómeno astronómico tenha um impacto significativo no clima.

De acordo com o Planetário de Montevidéu, o próximo fenómeno aphelion vai acontecer a 6 de julho de 2023, às 17h06, com uma distância entre ambos os corpos astronómicos de 152.093.251 quilómetros. A a distância média é de 150.000.000 quilómetros, o que equivale a 8,3 minutos-luz, ou a uma unidade astronómica.
Há mais ou menos um ano, em maio de 2022, o Polígrafo desmentia este mito pela primeira vez com recurso ao comentador de ciência Miguel Gonçalves, que esclareceu à data que o afélio “não é um fenómeno” e não tem qualquer influência no clima ou nas estações do ano, bem como consequências para a saúde humana.
Miguel Gonçalves explicava, então, que “na órbita que a Terra descreve à volta do Sol há uma altura em que estamos mais próximos e outra em que estamos mais afastados do Sol” e que, nesse sentido, “o ponto e o instante em que estamos mais próximos do Sol é chamado periélio, enquanto o ponto e o instante mais afastado do Sol é o afélio”. Isto acontece, segundo Gonçalves, “porque as órbitas dos planetas à volta do Sol não são um círculo perfeito; são elipses”.
Além disso, e como se comprova pelas publicações recorrentes, o afélio acontece “todos os anos, mais ou menos por volta da mesma altura”, ou seja, “não é nenhum fenómeno raro, nem é nenhuma coisa esotérica”.
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Avaliação do Polígrafo: