“Afinal a vaca voadora de [António] Costa era uma vaca leiteira”, comenta-se num post de 30 de julho no Facebook, no qual se apresenta um gráfico com dados sobre a evolução do número de funcionários públicos em Portugal, no período entre 2011 e 2024.
Segundo esses dados, após um decréscimo nos anos da “Troika” (2011-2014), o número de funcionários públicos voltou a aumentar nos anos que seguiram à mudança de Governo (sucessão de Pedro Passos Coelho por António Costa no cargo de Primeiro-Ministro) em 2015.
“Desde 2015, há mais 94 mil funcionários públicos (+14%), em contraste com redução durante a ‘Troika’“, destaca-se na imagem do gráfico.
Os dados estão corretos?
De acordo com a “Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP) – 1.º Trimestre de 2024” (pode consultar aqui) da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), uma publicação trimestral de divulgação dos principais indicadores estatísticos sobre o emprego público, “a 31 de março de 2024, o emprego no setor das Administrações Públicas situava-se em 748.870 postos de trabalho, refletindo um aumento de 0,5% em termos homólogos e de 0,4% face ao trimestre anterior”.
Em dezembro de 2015, cerca de um mês depois da tomada de posse do Governo de Costa, registava-se um total de 659.138 postos de trabalho nas Administrações Públicas.
Ou seja, entre dezembro de 2015 e março de 2024 verifica-se um aumento global de 89.732 postos de trabalho. Um número próximo do indicado na publicação em causa.
A comparação no gráfico poderá ter sido feita relativamente a março de 2015, de forma a considerar o trimestre homólogo – nesse âmbito resulta num aumento de 92.053 postos de trabalho nas Administrações Públicas. Ou talvez com base numa média de funcionários em cada ano – o que levanta problemas metodológicos, desde logo o facto de ainda só terem sido apurados os dados do primeiro trimestre de 2024.
Em suma, o número indicado não é rigoroso, totalmente exato; mas está muito próximo da realidade patente nos dados da DGAEP.
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Avaliação do Polígrafo:
