"Putin declara guerra ao Quénia", escreve-se na descrição de um vídeo publicado no Facebook que conta com mais de 1.300 comentários e 319 mil visualizações. Nas imagens vê-se o Presidente da Rússia sentado a uma secretária e a fazer aquilo que parece ser um anúncio oficial. Nas legendas do vídeo lê-se que Vladimir Putin decidiu iniciar uma operação militar que tem como alvo o Quénia.

"Tomei uma decisão em relação a uma operação militar. Como é que o Quénia pode invadir as nossas missões? O Quénia colocou-se numa guerra na qual não pode disparar uma única bala. Bombardear o Quénia levará apenas alguns minutos aos meus militares. A partir de agora, começaremos a lançar os nossos mísseis contra Nairobi para destruir o Quénia", lê-se nas legendas escritas em inglês.

O problema é que as legendas não correspondem às palavras de Putin. O líder russo não faz menção ao Quénia nem anuncia a intenção de disparar mísseis contra a sua capital, Nairobi.

Na verdade, a gravação original foi divulgada a 24 de fevereiro e corresponde ao vídeo em que Putin anunciou que iria invadir a Ucrânia. Além disso, estas imagens foram amplamente partilhadas por órgãos de comunicação social de todo o mundo, como por exemplo os jornais brasileiro "Folha de São Paulo" e britânico "The Telegraph" nos respetivos canais do YouTube.

No vídeo original, Putin anunciou a decisão de conduzir uma "operação militar especial" na Ucrânia com o objetivo de "proteger as pessoas que, durante oito anos, sofreram o abuso e genocídio do regime de Kiev".

"Quem tentar travar-nos ou criar mais ameaças ao nosso país, ao nosso povo, deverá saber que a Rússia responderá imediatamente e levará a consequências nunca antes vistas na sua História. Estamos preparados para qualquer resultado", garantiu o líder russo na declaração de guerra.

O vídeo é autêntico, mas as legendas introduzidas nas publicações em causa são completamente falsas e não correspondem ao que foi dito por Putin.

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:

Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações "Falso" ou "Maioritariamente Falso" nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:

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