Esta terça-feira, 17 de dezembro, a aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega levou à queda do Governo Regional da Madeira, liderado pelo PSD. Durante o debate que antecedeu a votação, porém, nem todas as críticas se dirigiram ao Governo de Miguel Albuquerque. O principal partido da oposição, o PS-Madeira, também foi alvo de ataques por parte dos outros partidos.
O deputado liberal Nuno Morna, por exemplo, criticou o facto de o partido decidir “votar a favor” de uma moção que não isenta os socialistas de culpa pela situação atual na região autónoma.
“Depois temos o PS, um partido que, neste momento crítico, resolve votar a favor de uma moção de censura que, pasmem-se, o acusa de ser cúmplice do estado de coisas em que nos encontramos”, começou por referir Nuno Morna. “Como pode o PS apoiar uma moção que o incrimina, que o apresenta como parte do problema?”
O Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, foi ainda mais duro nas críticas: “Neste momento, uma das situações fundamentais para o Partido Socialista é, mesmo sendo vilipendiado, enxovalhado, criticado, insultado na moção do Chega, aprovar a moção onde o PS é insultado. Isto não se chama masoquismo, não é uma questão de masoquismo. Eles engolem os elefantes todos só para manter o lugar”, referiu Albuquerque.
Mas será mesmo verdade que a moção de censura apresentada pelo Chega – e aprovada com voto favorável do socialistas – apresenta mesmo, segundo disse Nuno Morna, o PS-Madeira “como parte do problema”?
Na moção de censura apresentada pelo grupo parlamentar do Chega na Assembleia Legislativa da Madeira há uma única referência ao PS. Surge depois de uma passagem em que se faz referência à falta de alternância política na Região Autónoma da Madeira.
Na página 3 do documento lê-se que “o Partido Socialista, cuja incapacidade evidente e crónica em apresentar uma alternativa credível ao partido do poder quase que o eleva ao estatuto de cúmplice ético e moral das evidentes más práticas instaladas na governação madeirense”.
Confirma-se assim que a moção de censura que levou à queda do Governo Regional da Madeira esta terça-feira, com votos favoráveis do Chega, IL, JPP, PAN e PS, acusa o mesmo PS de ter “incapacidade evidente e crónica” em apresentar uma “alternativa credível” ao PSD-Madeira. Considerou o Chega na moção que isso “quase que o eleva ao estatuto de cúmplice (…) das evidentes más práticas instaladas na governação madeirense”.
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