A ausência de Ana Paula Martins no debate de urgência convocado pelo PS sobre a “falta de respostas e instabilidade no SNS”, que decorreu ontem na AR, foi sentida pelos socialistas, que não deixaram escapar uma crítica à ministra da tutela (mesmo que esta tenha sido substituída pela secretária de Estado Ana Povo).
“A senhora ministra foge a uma explicação ao país”, vincou o deputado socialista João Paulo Correia. Para responder às acusações, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, apontou o dedo ao PS, acusando-o da mesma prática durante oito anos de Governo: “Aquilo que acontece hoje, aconteceu já sobejamente. Perguntava-me se se pudesse fazer o histórico dos últimos oito anos de governação do partido socialista, quantas vezes os ministros em debate de urgência se fizeram substituir pelos secretários de Estado.” Confirma-se?
Sim. De acordo com os arquivos do site do Parlamento, durante a governação socialista, entre 2015 e 2024, foram realizados 47 debates de urgência: 20 entre 2015 e 2019, nove entre 2019 a 2022 e 18 entre 2022 e 2024.
Destes debates, 11 não contaram com a presença dos ministros da tutela e sim com secretários de Estado. Quatro ocorreram entre março e maio de 2023 e eram sobre saúde, apoios sociais, especulação de preços e transportes ferroviários.
Já com a Aliança Democrática, que governa há dez meses, em sete debates de urgência, dois ministros responsáveis faltaram. Ana Paula Martins, esta quarta-feira e, em outubro, Margarida Blasco, ministra da Administração Interna.
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