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“Programa de Massagem nas Escolas” coloca “miúdos a fazerem massagens uns aos outros” na sala de aula?

Sociedade
O que está em causa?
No Facebook chama-se a atenção para uma notificação que estará a ser denunciada por um grupo de encarregados de educação. Em causa, um programa de massagens em contexto de sala de aula que, supostamente, vai colocar "miúdos a fazerem massagens uns aos outros". Do que se trata, mais exatamente?

“Urgente! Há pais a denunciar isto. Receberam hoje! Massagem em sala de aula? A sério? Os miúdos a fazerem massagens uns aos outros? Com um adulto a instruir? Mas que raio vem a ser isto?”, questiona-se numa recente publicação no Facebook que está a gerar polémica.

Em causa uma nota enviada a pais e encarregados de educação a informar sobre o “Programa de Massagem nas Escolas (MISA Programme)” que se destina a “crianças dos quatro aos 12 anos” e se baseia na “implementação de uma rotina simples e curta de movimentos de massagem entre crianças, em contexto de sala de aula, em que os adultos não tocam nas crianças“.

Aponta-se ainda que a implementação e orientação do respetivo programa será da responsabilidade de um instrutor certificado.

O programa em causa é uma iniciativa internacional que promove o “toque positivo” em massagens entre crianças – que estão devidamente vestidas e participam voluntariamente -, sem que exista qualquer sexualização da prática.

Foi criado por Mia Elmsater e Sylvie Hetu em 1999 e promove as massagens como forma de aprendizagem e desenvolvimento social, melhorando o bem-estar físico e emocional dos alunos através massagens suaves geralmente nas costas, braços e mãos, sob a supervisão de um professor ou instrutor certificado.

Importa ressalvar também que nenhum adulto toca nas crianças durante esta atividade.

Os benefícios da atividade passam por uma redução do stress e ansiedade, melhoria da concentração e do foco nas atividades escolares, aumento da auto-estima e auto-confiança e melhoria das relações interpessoais e respeito entre os colegas.

Em Portugal existe desde 2007, tendo sido implementado em várias regiões do país, como por exemplo S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis ou em Faro, onde está presente desde 2010.

Contactada pelo Polígrafo, Vânia Beliz, sexóloga e psicóloga clínica, explica que “já tinha ouvido falar deste projeto de massagem”, mas não entende a polémica gerada agora em torno do mesmo, nem a associação a uma sexualização das crianças (ou até mesmo pedofilia).

Para Beliz, é importante esclarecer que esta “é uma massagem consentida em que as crianças não tocam em partes íntimas, tocam nas costas, portanto não há aqui nenhuma situação em que a criança fique desconfortável ou que seja submetida a algum tipo de prática que seja vista como nociva”.

Além disso, a prática, do ponto de vista psicológico, promove “o relaxamento, a atenção com o outro, com cuidado, com empatia“, considera a psicóloga.

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Avaliação do Polígrafo:

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