No dia 12 de setembro de 2019, Rui Tabarra e Castro publicou um tweet no qual salientou que “o partido Chega já tem programa” e “entre outras curiosidades, registo o copy-paste (literal) de partes da declaração de princípios da defunta Nova Democracia e da declaração de princípios do Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe”.
Confirma-se que o programa do Chega para as legislativas de 2019 tem frases copiadas a partir da declaração de princípios do Partido da Nova Democracia? Verificação de factos.
Ora, na secção III B2 (“Das funções soberanas do Estado”) do programa político do Chega encontramos três princípios – “direito à liberdade”, “direito fundamental da propriedade privada” e “direito fundamental da liberdade contratual” – que são quase integralmente copiados a partir da declaração de princípios do Partido da Nova Democracia (PND), fundado em 2003 e extinto em 2015.
Questionado pela revista “Visão” sobre o plágio, André Ventura respondeu da seguinte forma: “É possível que os textos sejam iguais, a pessoa que escreveu os programas é a mesma, pode ter acontecido que ele tenha copiado o texto do PND“.
Segundo o mesmo artigo, “a pessoa em causa é Diogo Pacheco Amorim. Foi ele quem, há mais de 15 anos, preparou todo o programa com que Manuel Monteiro fundou o seu PND e acabaria por ser ele, também, a receber a responsabilidade de coordenar o programa do Chega para as legislativas de outubro. (…) À ‘Visão’, Pacheco Amorim reconhece a autoria dos dois documentos. ‘É simples de perceber’, começa por referir o coordenador do programa e vice-presidente do Chega. ‘Fui eu que escrevi as duas coisas e não mudei de ideias entre os dois períodos‘, refere”.
Quanto à declaração de princípios do Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe, datada de 2011, também tem partes copiadas a partir do documento original do PND. Mas nesse caso trata-se mesmo de plágio, na medida em que não tem qualquer relação com Pacheco Amorim.
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