No texto da publicação, a citação é atribuída a Jorge Torgal que, na realidade, é médico e professor catedrático (jubilado em 2018) em Saúde Pública na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.
Apesar dessa ligeira imprecisão na identificação do visado, o facto é que a citação é verdadeira.
Aliás, a publicação em causa limita-se a copiar partes de uma entrevista que Jorge Torgal concedeu ao “Jornal de Notícias”, publicada na edição de 28 de fevereiro de 2020.
Questionado sobre se o novo coronavírus é perigoso, Jorge Torgal respondeu da seguinte forma: “É menos perigoso que o vírus da gripe! Existe um pânico completamente desproporcional à realidade. As vítimas mortais de que se conhece o historial clínico tinham processos clínicos complicados. As outras infetadas estão a ser medicadas para a gripe, muitas delas com paracetamol. E é claro que haverá casos em Portugal, mas isso não é problema nenhum. Vivemos em sociedade, com deslocações, com convívio entre as pessoas. É uma doença que tem tratamento“.
Posteriormente, enquanto membro do Conselho Nacional de Saúde Pública, Jorge Torgal foi o porta-voz da decisão de não recomendar o encerramento de escolas.
No dia 12 de março, quando já tinham sido detectados 79 casos de infeção do novo coronavírus em Portugal, questionado pelo jornal “Observador” sobre as declarações que proferira na entrevista ao “Jornal de Notícias”, o professor catedrático reiterou que nada tinha mudado na sua vida desde o início surto.
“Nada, não mudei absolutamente nada. Há um exagero sobre este assunto que não sei a quem interessa. Em Portugal, em 2014, os casos de legionela em Vila Franca de Xira mataram muita gente e deixarem sequelas em muitas mais. Isso, sim, é preocupante”, afirmou.
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