"A falta de políticas de natalidade é uma constante de há décadas, os apoios esfumaram-se, assim como o número de filhos por casal. Agora a solução é importar 'portugueses' para tentar equilibrar a balança e as contas", começa por denunciar uma publicação feita pelo partido de José Pinto Coelho, ex-PNR.

"Há mais de 20 anos que os nacionalistas vêm vindo a denunciar este flagelo, mas vindo de nós era 'alarmismo' e 'extremismo'", lamenta-se no mesmo "post", onde é partilhada uma imagem onde se indica que o abono de família terá caído 35% na última década. Será verdade?

A preços constantes, sim. Segundo os dados da Pordata, que recolhe o montante mensal que as famílias recebem da Segurança Social em abono de família, bonificação por deficiência ou subsídios mensal vitalício, de morte e funeral ou de assistência de terceira pessoa, o primeiro indicador, pago às crianças e jovens, tem vindo a decair desde 2012.

Esta prestação em dinheiro, atribuída mensalmente "com o objetivo de compensar os encargos familiares respeitantes ao sustento e educação das crianças e jovens", era de sensivelmente 27 euros em 2012 (assim como em 2011, 2013, 2014 e 2015). Aliás, logo em 2016 a prestação até subiu para os 27,21 euros e, depois de uma queda significativa em 2017, voltou a subiu para os quase 28 euros em 2018. Nos últimos anos, porém, as famílias têm recebido um valor bastante abaixo deste.

Fazendo as contas a preços constantes (descontando o efeito da inflação), em 2022 o abono de família não chegou aos 18 euros, tendo ficado pelos 17,4 euros mensais. Assim, e face a 2012, uma década antes, esta prestação caiu, de facto, cerca de 35%. Embora o cenário não seja positivo, o facto é que em 2023 o abono de família chega já aos 21 euros mensais, sendo que também para este ano foi aprovado um reforço em 15 euros por criança, pago a partir do último dia 16 de maio e trimestralmente até ao final de 2023.

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