“Ontem foi dia de ouvir no Parlamento o Presidente do Novo Banco. Sim, esse incrível sorvedor de dinheiros públicos que paga prémios de gestão aos seus executivos. Aqui a minha cara de pena pelas remunerações do dr. António Ramalho, algures acima dos 10.000 euros/mês”, pode ler-se na mensagem partilhada por André Ventura no Facebook.
Confirma-se?
António Ramalho é o atual presidente do Conselho de Administração Executivo do Novo Banco, cargo que exerce desde julho de 2016.
Nessa altura ainda foi nomeado pelo Banco de Portugal, sob proposta do Fundo de Resolução, na qualidade de único acionista do Novo Banco. Após a venda do Novo Banco ao fundo de investimento norte-americano Lone Star, em outubro de 2017, António Ramalho foi reconduzido no cargo, integrando os novos órgãos sociais para o quadriénio 2017-2021.
No Relatório e Contas de 2019 do Novo Banco (pode consultar aqui) estão inscritas as remunerações dos membros dos órgãos de Administração e de Fiscalização.
No ano passado, António Ramalho auferiu um total de 357.037 euros anuais. Ora, dividindo o valor global por 12 ou 14 meses (no segundo caso englobando os subsídios de Férias e Natal), concluímos que recebeu 33.333 euros (a 12 meses) ou 28.571 euros (a 14 meses) de salário mensal. O valor de 42.963 euros que se pode ver na tabela está diferido até à conclusão do processo de reestruturação do Novo Banco.
Contudo, importa ressalvar que estes são valores brutos. O Polígrafo teve acesso a um recibo de vencimento de António Ramalho datado de dezembro de 2019. Com os descontos já efetuados, o valor líquido mensal é de 11.143,31 euros.
No dia 15 de setembro, António Ramalho mostrou os seus recibos de vencimento na Comissão de Orçamento e Finanças, no Parlamento, sublinhando que “ganha 50% da média do que recebem os presidentes dos outros bancos, em 2018 e 2017″. Em 2016 o Presidente do Novo Banco terá auferido um salário de 10.175 euros, em 2017 recebeu 10.523, no ano seguinte passou para 11.255 e em 2019, como já verificámos, 11.145 euros.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é: