Que os preços dos produtos alimentares em Portugal têm aumentado substancialmente, não há dúvida que sim. E as redes sociais têm sido palco de múltiplas denúncias e comparações, ao ritmo do crescimento da inflação. Mas nem sempre de forma rigorosa ou fiel à verdade dos factos e o Polígrafo não deixa, obviamente, de sinalizar esses casos, por entre tantos outros que recebem o selo de "Verdadeiro".

Desta vez, o protagonista é o azeite de marca Gallo. Mais precisamente a garrafa de 75cl de azeite virgem extra, aveludado, vendida nos supermercados Pingo Doce, do grupo Jerónimo Martins.

"Em duas semanas, o mesmo azeite, no mesmo retalhista, aumentou 16% (com o preço de referência a aumentar 35%). 'A culpa é da carga fiscal elevada'", denuncia-se num post de 15 de março no Facebook, indicado ao Polígrafo com pedidos de verificação de factos.

Na publicação apresentam-se imagens do mesmo produto (garrafa de azeite virgem extra Gallo, aveludado, 75cl) em dois folhetos do Pingo Doce, supostamente com "duas semanas" de intervalo, apontando para um súbito aumento do preço: de 8,58 euros (4,99 euros em promoção) para 11,59 euros (5,79 euros em promoção).

O Polígrafo analisou os últimos folhetos de produtos em destaque na página do Pingo Doce. No último folheto, referente à semana de 14 a 20 de março, o preço do produto em causa ascende a 11,59 euros (ou 5,79 euros com o desconto). Recuando duas semanas, no folheto de 28 de fevereiro a 6 de março, verifica-se exatamente o mesmo preço. Tal como na semana de 21 a 27 de fevereiro.

Ou seja, a referida evolução do preço não se registou num intervalo de "duas semanas".

De qualquer modo, o Polígrafo questionou fonte oficial dos supermercados Pingo Doce sobre esta matéria, tendo obtido a seguinte informação:

"O preço de 4,99 euros apresentado na imagem remonta à última semana de janeiro".

O Polígrafo confirmou essa informação, no folheto da semana de 24 a 30 de janeiro. Resta aplicar, neste caso, o selo de "Falso".

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Avaliação do Polígrafo:

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