Na SIC Notícias, esta quarta-feira, o presidente da Câmara de Lisboa afirmou que entre 2010 e 2020 os lisboetas viram as suas rendas aumentar 64%, mas o seu rendimento mensal subiu apenas 20%, não acompanhando as despesas. “O que se passou foram dez anos de estagnação em termos de construção em Lisboa. Entre 2010 e 2020 o preço das rendas aumentou 64% e o rendimento dos lisboetas 20%”, precisou Moedas. Os valores estão corretos, embora o intervalo não seja exatamente este: o aumento aconteceu entre 2011 e 2022, como a CML nota em vários dos documentos que tornou públicos ao longo dos últimos anos.
A plataforma a que a autarquia recorre – o Sistema de Informação Residencial (SIR) da Confidencial Imobiliário – trabalha de forma privada para várias empresas, mas os seus dados são regularmente publicados em orgãos de comunicação social. Por exemplo, em 2011 o preço para arrendar uma casa na capital rondava os 9,6 euros por metro quadrado. Este valor aumentou 36% até 2018, ano em que o preço por m2 subiu para os 13 euros. Se tivermos em conta que, em 2022, a renda média contratada foi de 15,8 euros por m2 em Lisboa, segundo os dados do SIR-Arrendamento aqui citados pelo jornal “Eco”, então obtemos um crescimento de cerca de 64%, como disse Carlos Moedas.
Este gráfico divulgado pela CML, neste relatório público sobre habitação, também mostra a evolução da média de preços de arrendamento dos alojamentos familiares, mas desta vez por freguesias. É através dele que se percebe que zonas como Santo António, Santa Maria Maior, Misericórdia, Estrela e Beato registaram crescimentos superiores a 80% no preço das rendas. As duas primeiras estiveram, aliás, muito próximas da duplicação do valor relativo a 2011.
Quanto ao segundo indicador – o rendimento médio mensal líquido da população empregada na AML – a fonte da autarquia é o Inquérito ao emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE), que confirma que os lisboetas passaram de um valor médio de 950 euros mensais em 2011 para 1.153 euros mensais em 2022. Ou seja, um aumento curto de 21%.
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