“É normal que os portugueses comecem a ser a minoria no nosso território? Não é só no Martim Moniz ou em Odemira. Em Pegões, no Montijo, é cada vez mais notória a substituição populacional, de práticas, comércio e costumes. Quo Vadis Portugal?”, escreveu Rita Matias, numa publicação no X em que denuncia o aumento expressivo do números de imigrantes na União de Freguesias de Pegões.
De acordo com a deputada do Chega, atualmente mais de 50% da população em Pegões é imigrante. Será que é mesmo assim?
Pegões tem sido encarado como um destino da imigração indostânica, tendo sido tema de diversas reportagens sobre o aumento do número de trabalhadores estrangeiros na União de Freguesias. Em 2023, o jornal “Expresso” avançou que a Junta de Freguesia de Pegões emitia, em média, entre 20 a 40 atestados de residência por semana, dos quais grande parte era para trabalhar na agricultura.
Apesar da forte presença da comunidade imigrante em Pegões, não há dados que corroborem a alegação de Rita Matias. Segundo o Diagnóstico Social do Montijo – que contém dados da autarquia, do INE, dos Censos, entre outros – residiam em Pegões 4.090 pessoas em 2021. Naquele ano, na União de Freguesia de Pegões e em Canha 19% da população ali residente era de origem estrangeira, onde se verificava um predomínio de elementos do sexo masculino.
Sabe-se também que em Pegões residiam perto de 16% da população estrangeira presente no concelho, “enquanto tomando o total da população nesta união de freguesias residiam apenas 7,3%“.
Questionada pelo Polígrafo, a Junta de Freguesia de Pegões referiu que os últimos dados de que dispõe sobre a proporção de imigrantes são os relativos aos Censos 2021, mas que pode afirmar que “a população imigrante residente é inferior a 50% garantidamente“.
Conclui-se, portanto, que a alegação de Rita Matias sobre os portugueses serem uma minoria em Pegões é falsa.
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Avaliação do Polígrafo: