“Serviço Nacional de Saúde em colapso; crise na habitação; maior carga fiscal de sempre; salário mínimo mais baixo da Europa; inflação como nunca antes visto; TAP falida”, enumera-se numa publicação no Threads, em referência à situação económica e social que se vive em Portugal.
Para depois concluir, em forma de crítica e alerta: “Mas o que interessa é se a Margarida Corceiro está solteira, a Cristina Ferreira tem um novo namorado, etc. Vamos bem assim! Não acordem, não!”
A publicação em causa mistura alegações não verificáveis com outras verdadeiras, nomeadamente a “maior carga fiscal de sempre”.
De acordo com o mais recente boletim de “Estatísticas das Receitas Fiscais” (pode consultar aqui), divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), “em 2022, a carga fiscal aumentou 14,9% em termos nominais, atingindo 87,1 mil milhões de euros, o que correspondeu a 36,4% do PIB (35,3% no ano anterior).
A carga fiscal em 2020, ao nível de 35,3% do PIB, já tinha sido a mais elevada de sempre (em proporção do PIB) nos registos do INE. Em 2021 voltou a bater-se o recorde, atingindo então 35,3% do PIB. E em 2022 foi alcançado um novo ponto máximo de 36,4% do PIB.
No entanto, inclui uma outra alegação – “salário mínimo mais baixo da Europa” – que é falsa.
De acordo com os últimos dados do Eurostat, serviço de estatística da União Europeia, referentes a 2024, o salário mínimo vigente em Portugal está na 11.ª posição entre os 27 Estados-membros. Ou seja, na primeira metade da tabela.
Com um valor nominal mais elevado do que em países como Malta, Lituânia, Grécia, Croácia, Estónia, Chéquia, Eslováquia, Letónia, Hungria, Roménia e Bulgária.
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Avaliação do Polígrafo: