"Portugal é o 33.º país na corrupção, com cerca de 18,2 mil milhões de euros de perda de PIB [Produto Interno Bruto] anualmente", realça-se num post de 1 de novembro no Facebook, sem indicar a respetiva fonte de informação.

Esta publicação suscitou dúvidas e vários leitores do Polígrafo questionam sobre se é mesmo verdade que Portugal sobressai como "o 33.º país" do mundo que regista maiores níveis de corrupção.

A fonte mais credível para aferir sobre o grau de corrupção que caracteriza um país é o Índice de Percepção de Corrupção, um relatório divulgado anualmente pela organização Transparência Internacional.

De acordo com o mais recente (disponível aqui), de 2022, em 180 países e territórios analisados, Portugal situa-se na 33.ª posição com 62 pontos, numa tabela encimada pela Dinamarca (na 1.ª posição, correspondente ao país menos corrupto do mundo) com 90 pontos. Seguem-se a Finlândia e a Nova Zelândia, ambos com 88 pontos.

Na última posição da tabela queda-se a Somália que, numa escala que vai de zero (altamente corrupto) a 100 (nada corrupto), obtém apenas 12 pontos. Síria (13 pontos), Sudão do Sul (13 pontos) e Venezuela (14 pontos) também estão no fundo da tabela.

Ou seja, na tabela da Transparência Internacional, Portugal é o 33.º país com menores (e não maiores) níveis de corrupção.

Mais, esta avaliação baseia-se na percepção do fenómeno da corrupção (através de inquéritos de opinião), não na contabilização de casos concretos de corrupção. Além de não englobar todos os países do mundo.

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Avaliação do Polígrafo:

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