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Portugal, Panamá e Chile. Registaram-se “três sismos consecutivos” de magnitude “superior a 5” na madrugada de 26 de agosto?

Sociedade
O que está em causa?
Estes três países terão registado, na madrugada de segunda-feira e com poucas horas de diferença, sismos de magnitude “superior a 5”. Confirma-se que, para além do abalo com epicentro a cerca de 60 quilómetros a oeste de Sines, também no Panamá e Chile ocorreram episódios com quase a mesma quantidade de energia libertada?
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“Três sismos consecutivos. Portugal, Panamá, Chile. Todos na mesma noite…” A observação é feita na rede social X e conta já com 125 mil visualizações, depois de ter sido partilhada na madrugada em que se registou, em território nacional, pelas 5h11, um abalo de magnitude 5.3 na Escala de Richter, cujo epicentro se localizou a cerca de 60 quilómetros a oeste de Sines, segundo a informação publicada no site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

A acompanhar a alegação, surgem três imagens referentes a publicações que teriam sido publicadas, igualmente nessa madrugada, na mesma rede social. E dando conta de que, para além do sismo registado em Portugal – aparentemente classificado, de forma errada, como de magnitude 6.2 –, indica-se que terão sido sentidos no Chile e no Panamá, respetivamente, dois abalos de magnitude 5.1 e 5.6.

Ora, sobre o sismo com epicentro no Oceano Atlântico, note-se que, segundo se deduz a partir dos primeiros relatos publicados na imprensa espanhola sobre o sucedido, os primeiros dados revelados pelo Instituto Geográfico Nacional (IGN) de Espanha apontavam para que o abalo tivesse, de facto, uma magnitude de 6.2 – precisamente como se alega na publicação analisada. Porém, neste momento, a entidade confirma que a quantidade de energia libertada terá sido mais baixa (5.3, tal como apontado pelo IPMA) do que inicialmente se estimava.  

Algo semelhante aconteceu, precisamente, com o sismo no Chile, que neste post se refere como tendo sido de “magnitude preliminar 5.1”. Foram essas, aliás, as primeiras informações divulgadas pelo Centro Sismológico Nacional (CSN) do Chile, citadas pela imprensa da América Latina, acerca do abalo que se fez sentir na cidade de Pichidangui, pelas 2h21 locais – tendo esse organismo, depois, fixado a magnitude nos 4.7 (ligeiramente abaixo do valor mencionado de 5.0, que seria alegadamente superado nos três episódios sísmicos).

Quanto ao “sismo de magnitude 5.6 no sul do Panamá”, a informação consta, por exemplo, de uma notícia partilhada na manhã de segunda-feira pela agência Reuters, com base em dados do Centro Alemão de Investigação em Geociências (GFZ) – revelando que o abalo teve origem a uma profundidade de 10 quilómetros. Ora, na plataforma oficial deste instituto faz-se referência a esse mesmo sismo, informa-se agora que o valor definitivo ficou-se pelos 5.8.

Assim, conclui-se que a publicação em análise foi redigida com base em informações preliminares, divulgadas por institutos oficiais no rescaldo destes sismos, que foram corrigidas, entretanto, de modo a representar com maior exatidão a energia libertada durante os abalos. E refira-se ainda que os valores de magnitude registados por diferentes institutos pode variar ligeiramente, pelo que essa é, também, uma variável a ter em conta. 

Além disso, consultando, por exemplo, a plataforma do Centro Alemão de Investigação em Geociências (GFZ), durante a madrugada de 26 de agosto registaram-se outros dois sismos – além dos de Portugal (5.0), Chile (5.0) e Sul do Panamá (5.8), segundo os valores fixados por esta entidade – de magnitude superior a 5.0. Mais concretamente, na zona norte do Mar das Molucas, no Oceano Pacífico (5.3), e na costa leste da região russa de Kamchatka (5.4).

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Avaliação do Polígrafo:

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