“Somos um dos países que mais reduziu o peso dos impostos diretos sobre as famílias. Entre 2015 e 2018, esse valor, em percentagem do PIB, reduziu-se seis décimas“, afirmou hoje Mário Centeno, sublinhando que “isto faz de nós um dos países da Zona Euro que mais reduziu o peso dos impostos diretos”.
Verdadeiro ou falso?
De acordo com os dados estatísticos recolhidos e compilados pela Comissão Europeia (pode consultar aqui), em Portugal, o peso dos impostos diretos em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) cifrava-se em 10,7% no ano de 2015, tendo decrescido para 10,1% em 2018. Ou seja, tal como salientou Centeno, perfazendo uma redução de seis décimas percentuais nesse período temporal de três anos.
Entre os 28 países que integravam a União Europeia na altura (entretanto, com a saída do Reino Unido, passaram a ser 27 Estados-membros no total), destacam-se várias reduções mais acentuadas do peso dos impostos diretos em comparação com Portugal, entre 2015 e 2018. Mas o ministro das Finanças referiu-se especificamente à Zona Euro e não à União Europeia como um todo.
Eis a evolução dos valores entre 2015 e 2018, no que respeita aos 19 países que fazem parte da Zona Euro:
Bélgica: +0,4
Alemanha: +1
Estónia: -0,3
Irlanda: 0
Grécia: +0,6
Espanha: +0,6
França: +0,7
Itália: -0,5
Chipre: -0,8
Letónia: -0,5
Lituânia: +0,3
Luxemburgo: +2
Malta: +0,6
Países Baixos: +1,2
Áustria: -0,6
Eslovénia: +0,7
Eslováquia: +0,2
Finlândia: -0,6
Portugal: -0,6
Em suma, Portugal destacou-se como um dos países da Zona Euro que “mais reduziu o peso dos impostos diretos” entre 2015 e 2018, um total de seis décimas percentuais, a par da Finlândia e da Áustria. Apenas o Chipre registou uma redução mais acentuada: oito décimas percentuais.
Não obstante, a tabela da Comissão Europeia inclui valores de 2008 a 2018 e, nesse período temporal, Portugal registou um aumento de nove décimas percentuais, destacando-se pela negativa (sob o ponto de vista defendido por Centeno) entre os países da União Europeia.
Avaliação do Polígrafo: