“Eu acho que o país todo assistiu a estes dois anos de luta intensa que temos mantido para proteger empresas, para proteger emprego, proteger rendimentos e combater a pandemia. Nós estamos hoje no número um da vacinação, conseguimos hoje já estar a crescer acima da média da União Europeia, já temos a taxa de desemprego nos 6,1%, abaixo do que tínhamos antes da pandemia, felizmente as empresas estão a crescer, a exportar… Temos conseguido chegar sempre a tempo”, enalteceu António Costa, no debate desta quinta-feira frente a André Ventura, líder do Chega.
Confirma-se que Portugal está “a crescer acima da média da União Europeia”?
Sim. Analisando os dados mais recentes do Eurostat, o Polígrafo verifica que, ao passo que o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona Euro cresceu 3,7% em relação ao terceiro trimestre de 2020 e o da União Europeia cresceu 3,9%, o PIB de Portugal alcançou um crescimento de 4,2%, perfazendo um total de 3 pontos percentuais acima da média europeia.

Nesta comparação em termos homólogos, e olhando para os 21 países (os outros 10 não têm dados referentes ao terceiro trimestre de 2021) com dados reunidos no relatório do Eurostat (inclusive os EUA), Portugal ocupa a 13.ª posição, com os já referidos 4,2%. O maior aumento foi registado pela Roménia, com 8%, seguindo-se a Hungria (6,1%), Lituânia (6%), Dinamarca (5,4%), Polónia (5,3%), Chipre (5,3%), Países Baixos (5%), EUA (4,9%), Áustria (4,8%), Bélgica (4,7%), Letónia (4,7%) e Suécia (4,5%).
Portugal destacou-se também entre os países que registaram maiores aumentos em relação ao trimestre anterior, como são exemplo a Áustria (+3,3%), a França (+3,0%) e, na terceira posição da tabela, Portugal (+2,9%). O mais baixo crescimento foi registado pela Letónia e Roménia (+0,3%). Na última posição quedou-se a Lituânia (0,0%), onde o PIB se manteve inalterado.
Apesar deste crescimento do PIB de Portugal, que valida a afirmação de Costa, importa referir que, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal, em 2020 Portugal registou a maior queda do PIB desde 1954, um total de -8,4%, provocada essencialmente pela pandemia de Covid-19. Assim, nesse mesmo ano, o PIB encolheu para 200,1 mil milhões de euros, explicado pela quebra das exportações e do consumo privado.
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Avaliação do Polígrafo: