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Pinto da Costa nunca contratou três treinadores em cerca de 12 meses?

Polígrafo Futebol
O que está em causa?
Oficializada a intenção da direção do FC Porto de prescindir dos serviços de Martín Anselmi, é certo que o clube, sob a presidência de André Villas-Boas, terá o seu 3.º treinador em pouco mais de um ano. Nas redes sociais, avolumam-se referências a um percurso errático do atual presidente portista, quase sempre em contraponto com o seu antecessor. Este rácio treinador/tempo jamais foi atingido nas mais de quatro décadas de Pinto da Costa?

André Villas-Boas está a poucas horas de anunciar o novo treinador do FC Porto, o italiano Francesco Farioli. O presidente portista escolheu Vítor Bruno como seu 1.º treinador, com anúncio a 6 de junho. Na madrugada de 20 de janeiro, após a derrota dos dragões em Barcelos para 18.ª jornada da I Liga, despediu o antigo adjunto de Sérgio Conceição, para, sete dias depois, apresentar Martín Anselmi como a sua nova escolha.

Ontem, dia 1 de julho, o FC Porto comunicou que iniciou as negociações com a vista à rescisão do contrato com o treinador argentino, pelo que, no máximo, nos próximos dias, Villas-Boas tornará oficial a indigitação do novo técnico dos portistas.

Passou, assim, cerca de 1 ano desde a nomeação de Vítor Bruno, ou seja, três novos treinadores em cerca de 12 meses.

 

Tal nunca aconteceu enquanto Pinto da Costa era presidente portista?

Nos 42 anos de liderança de Pinto da Costa, foram oito as chicotadas psicológicas nos dragões (saídas dos treinadores com a época em curso): Quinito, Tomislav Ivić, Octávio Machado, del Neri, Vítor Fernández, Co Adriaanse, Paulo Fonseca e Julen Lopetegui.

Neste lote, estão incluídos os casos em que ainda não havia jogos disputados na respetiva temporada – del Neri (agosto de 2004) e Co Adriaanse (agosto de 2005) – Paulo Fonseca (2014) e o já referido caso da 2.ª época de Co Adriaanse. De fora ficaram os treinadores interinos (António Morais, Alfredo Murça, Augusto Inácio e Rui Barros).

 

Entre as oito chicotadas, em duas ocasiões Pinto da Costa contratou três (ou até mais) treinadores em cerca de 1 ano:

 

Julho de 2004 a julho de 2005

. del Neri

. Víctor Fernández

. José Couceiro

. Co Adriaanse

 

 

Julho de 2013 a julho de 2014

. Paulo Fonseca

. Luís Castro (numa primeira fase interino, mas depois com horizonte de continuidade)

. Julen Lopetegui

 

Noutras temporadas, o FC Porto chegou a ter três treinadores em cerca de 12 meses, mas com o primeiro deles a ser contratado em tempo anterior (casos de Ivić/Quinito/Artur Jorge entre maio de 1988 e novembro de 1988; Carlos Alberto Silva/Ivić/Bobby Robson entre maio de 1993 e janeiro de 1994; Fernando Santos/Octávio/José Mourinho entre maio de 2001 e janeiro de 2002; Vítor Pereira/Paulo Fonseca/Luís Castro entre maio de 2013 e março de 2014 e Lopetegui/José Peseiro/Nuno Espírito Santo entre janeiro de 2016 e julho de 2016).

 

Com efeito, é falso que, sob a presidência de Pinto da Costa, o FC Porto nunca tenha contratado três treinadores num ano. Entre os verões de 2004 e 2005, chegou mesmo a apresentar quatro diferentes.

 

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Avaliação do Polígrafo Futebol:

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