A publicação em análise não é nova, tendo em conta que já alarma os portugueses desde meados de junho de 2017. A fotografia que acompanha a publicação mostra – supostamente – dois pilares do viaduto Duarte Pacheco, em Lisboa, em risco de colapso ou derrocada.
Além do aparente mau estado dos pilares, a legenda da publicação reforça a ideia de perigo iminente. “Partilhem esta vergonha, um dia vai abaixo e depois vamos todos ligar para o 770… Para solidariedade com as vítimas… Portanto, antes de acontecer vamos dar o alerta, viaduto Duarte Pacheco em Lisboa”, escreveu o autor da publicação, acrescentando estar “a sentir-se com medo“.
Apesar de ser datada de 2017, esta publicação voltou a tornar-se viral nas últimas semanas, mais de dois anos depois. A imagem é autêntica? Os pilares do viaduto Duarte Pacheco em Lisboa estão (ou estiveram, em 2017) em risco de colapso?
A imagem é autêntica, mas não se trata do viaduto Duarte Pacheco. A fotografia retrata os pilares de outro viaduto situado em Campolide, Lisboa. Por outro lado, apesar do aparente mau estado, os pilares desse outro viaduto (i.e., o que está retratado na imagem, com legenda errada) não estavam em risco de colapso.
Em junho de 2017, quando a imagem se tornou viral pela primeira vez, através de múltiplas publicações nas redes sociais, muitas pessoas remeteram e-mails para a Proteção Civil de Lisboa, questionando sobre a segurança do viaduto.
Nessa altura, a Infraestruturas de Portugal emitiu mesmo um comunicado assegurando que “estão garantidas as condições de segurança na utilização do viaduto. Relativamente ao aspeto do pilar, o mesmo decorre do processo construtivo que foi utilizado e que em nada interfere com a segurança estrutural do mesmo”.
Vários jornais confirmaram essa informação. Nomeadamente o jornal “Expresso”, ao noticiar que “o aspeto ‘tosco’ dos pilares causou alarme, mas as condições segurança ‘estão garantidas'”, no dia 23 de junho de 2017.
De acordo com essa notícia, “os pilares encontravam-se enterrados antes da construção do viaduto em 1999 e após a remoção da terra ‘não houve qualquer tratamento estético‘, mas apresentam-se em boas condições, explicou Pedro Ramos, responsável de comunicação da empresa pública [Infraestruturas de Portugal]. ‘Temos feito a monitorização e aquele viaduto está em boas condições’, afirmou”.
Concluindo, a publicação em análise é uma fake news de 2017 que ressuscitou em setembro de 2019. Importa assim voltar a desmentir esse conteúdo viral.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
Avaliação do Polígrafo: