A notícia de que Pedro Passos Coelho iria apresentar “um ‘manifesto’ contra ‘os adversários da família’, ‘a ideologia de género’ e ‘a cultura de morte'”, publicada esta manhã pelo jornal “Expresso“, levou o antigo Primeiro-Ministro às trending topics da rede social X em poucas horas.
As críticas avolumaram-se e houve até quem recorresse à rede social para defender Pedro Passos Coelho: “Acordo e está tudo a criticar o Passos Coelho sem terem lido o que ele escreveu.” A isto acrescenta-se que esse é o “efeito Passos”.
Num outro tweet aponta-se que “há uma direita avessa à liberdade e que a combate prestando-se a esta ‘indecente e má figura'”. Sendo que essa “má figura” é assim descrita: “Com o caos que Portugal vive, PPC [Pedro Passos Coelho] entende que a sua prioridade é o ataque à família e às pessoas queer. Ao radicalismo do ódio, respondemos com amor, união e a liberdade de cada um ser.”
Ambos os tweets (e outros que foram partilhados ao longo da manhã de hoje) caem no erro de colocar o antigo Primeiro-Ministro como autor, ou parte ativa, do livro “Identidade e Família” quando Passos Coelho irá apenas apresentá-lo, ao final do dia, em Lisboa.
O livro em causa não foi escrito pelo antecessor de António Costa. Foi antes coordenado pelos fundadores do Movimento Acção Ética (MAE), e reúne os contributos de duas dezenas de personalidades da direita conservadora destacando a “instituição familiar”.
O MAE foi fundado em 2021 pelo economista Bagão Félix, o jurista Paulo Otero, o psiquiatra Pedro Afonso e o cardiologista Victor Gil com o propósito de ser uma “iniciativa cívica que visa propor abordagens, reflexões, estudos e contributos em torno das questões éticas atuais”.
Outros nomes que contribuíram para o manifesto são os de César das Neves, Jaime Nogueira Pinto, Ribeiro e Castro, Manuel Monteiro, acrescentando-se a estes o do Cardeal Manuel Clemente e de outros membros do clero.
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