Numa entrevista em que reiterou que o PS não votará a favor da moção de confiança apresentada pelo Governo da Aliança Democrática (AD), mesmo que isso resulte em eleições antecipadas, Pedro Nuno Santos defendeu a importância de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a verdade e dissipar todas as dúvidas que subsistem em torno da Spinumviva, empresa de Luís Montenegro que entretanto passou a ser detida exclusivamente pelos seus filhos.
Para o líder do PS, “as suspeitas contra Luís Montenegro são graves“. Depois de expor uma série de factos e dúvidas sobre a atividade empresarial de Montenegro e dos seus familiares, questionado sobre se este é o caso mais grave de suspeitas envolvendo um Primeiro-Ministro que justifique uma Comissão Parlamentar de Inquérito, Pedro Nuno Santos acabou por cometer um lapso nesta afirmação:
“É um Primeiro-Ministro que decidiu, depois de ser eleito Primeiro-Ministro criar uma empresa, porque já não podia continuar a receber como advogado, criar uma empresa para continuar a receber avenças de empresários enquanto era Primeiro-Ministro.”
Posto isto, concluiu que “o que é grave e perigoso para a nossa democracia é nós fazermos de conta que não se passou nada e seguir caminho. Não, não. A melhor forma de defendermos o regime é apurar-se a verdade. Sermos transparentes e o Primeiro-Ministro ser transparente”.
O problema é que a empresa Spinumviva Lda. foi criada por Montenegro no dia 21 de janeiro de 2021, mais de um ano antes de ser eleito líder do PSD (maio de 2022) e mais de três anos antes de tomar posse como Primeiro-Ministro (abril de 2024).
Em resposta ao Polígrafo, o gabinete de Pedro Nuno Santos reconhece que “foi um engano“.
Recorde-se que Montenegro renunciou à gerência da Spinumviva em 2022, quando foi eleito líder do PSD. E doou as suas quotas à mulher (casado em comunhão de adquiridos, pelo que foi uma operação nula) e aos filhos em 2022, mais de um ano antes de ser eleito Primeiro-Ministro.
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Avaliação do Polígrafo: