Esta segunda-feira à noite, em entrevista à RTP, questionado sobre o porquê de o PS ter optado por inviabilizar a moção de confiança do Governo, Pedro Nuno Santos lembrou que já nos debates das moções de censura apresentadas pelo Chega e pelo PCP o partido tinha anunciado qual seria a sua eventual posição perante um pedido de confiança do Governo.
“Nós dissemos nos dois debates de moção de censura – eu próprio o disse – que se o sr. Primeiro-ministro apresentasse uma moção de confiança teria o chumbo do PS”, apontou o secretário-geral socialista. Mas será mesmo assim?
Sim. No debate da moção de censura apresentada pelo Chega a 21 de fevereiro de 2025, tinha passado pouco mais de uma hora do início da sessão plenária quando Pedro Nuno Santos, durante a sua intervenção, sublinhava o voto do PS contra a moção apresentada pelo Chega. “[O PS] votará contra porque nós não contribuímos para nenhuma manobra de diversão que tem como objetivo desviar a atenção dos problemas graves de polícia, criminais, de falta de educação parlamentar que têm marcado a vida do Chega nas últimas semanas”, começou por afirmar o secretário-geral do PS.
De seguida, avisou o Primeiro-ministro que o voto não deveria ser mal interpretado como voto de confiança ao Governo. “Se o sr. Primeiro-ministro apresentasse uma moção de confiança, nós também chumbaríamos essa moção de confiança”, assegurou Pedro Nuno Santos.
A 5 de março, no debate sobre a moção de censura apresentada pelo PCP, voltou a afirmar: “Sr. Primeiro-ministro, sabe que terá o chumbo do PS na moção de confiança que irá apresentar ao Parlamento. A responsabilidade pela crise política é só de uma pessoa, a responsabilidade pela crise política é do senhor primeiro-ministro.”
Confirma-se, portanto, que o secretário-geral socialista anunciou em ambos os debates de moção de censura que antecederam a apresentação da moção de confiança por parte do Governo, que o PS votaria contra esta moção, caso um dia fosse apresentada.
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