Em entrevista ao Now, ontem à noite, Pedro Nuno Santos lamentou que um quarto das medidas do “pacotão” do Governo para a economia estejam relacionadas com turismo, que, disse, ainda pesa bastante no PIB em Portugal (como acontece em países “menos desenvolvidos”). Ainda assim, o líder do PS continua a admitir viabilizar o Orçamento do Estado para 2025. Tudo dependerá das negociações.
O Polígrafo já fez as contas, numa análise a declarações semelhantes do comunista João Oliveira, e confirmou que, das 60 medidas do programa para a economia anunciado pelo Governo liderado por Luís Montenegro, um total de 17 estão direcionadas para o turismo, começando na 37.ª e indo até à 53.ª medida.
Essas medidas incluem a revisão e o reforço de linhas de apoio ao Turismo, o lançamento do “Programa Turismo mais Próximo e de Fomento do Comércio de Proximidade”, o reforço e alargamento da linha de apoio à qualificação da oferta, o lançamento das obrigações de Turismo 2024 e da estratégia de Turismo 2035, o reforço da digitalização do sector do turismo e o lançamento da Campanha Internacional de Turismo.
Destaca-se ainda a revisão e reforço do Portugal Events, que visa o “ajustamento do Programa Portugal Events, nomeadamente, através do reforço da dotação global de 2024 (de 5 para 8 milhões de euros) e do alargamento do prazo de vigência do programa para candidaturas a apresentar em 2025 (reforço de 8 milhões de euros) e em 2026 (reforço de 8 milhões de euros), assim como uma maior integração dos órgãos regionais de Turismo no processo de decisão”.
Outra medida é o programa Revive Património, que tem como objetivo a recuperação e dinamização do património público, também com o “desenvolvimento do turismo” como pressuposto.
Adicionam-se à lista o programa de internacionalização de empresas e marcas nacionais, o alargamento da rede de equipas do Turismo de Portugal nos mercados externos, a reestruturação das Entidades Regionais de Turismo e o plano “Sustentabilidade, Economia Circular e Agenda Climática para o Turismo”.
Para concluir, a reestruturação e expansão do modelo de formação em Turismo, o programa de integração e formação de migrantes e refugiados no sector do turismo, a Academia Internacional do Turismo e o programa de Parcerias Estratégicas para as Escolas de Hotelaria e Turismo no Contexto CPLP, que tem como fim “assegurar um alcance internacional da marca da rede de escolas de hotelaria e turismo do Turismo de Portugal no contexto da CPLP, através de modelos de gestão de escolas partilhado”.
Contas feitas, estamos a falar de um total de 28% do pacote (a diferença face ao número apontado por Pedro Nuno Santos pode residir na exclusão de medidas apenas relacionadas indiretamente com o setor), pelo que consideramos verdadeira a declaração do socialista
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Avaliação do Polígrafo: