“Durante anos nós ouvimos sempre dizer que de economia percebe a direita, os socialistas não. Os socialistas são muito bons a falar e a defender o Estado social, mas são maus na economia. Para já não é verdade: quando vamos olhar para a História, os períodos onde crescemos mais foram com Governos do PS”, afirmou ontem à tarde o líder dos socialistas, Pedro Nuno Santos, na Reunião da Comissão Nacional do PS. Tem razão
Sim. Segundo as médias de crescimento real do PIB, com dados da Pordata, foi no Governo de António Guterres que Portugal mais cresceu.
Período de governação de Aníbal Cavaco Silva (PSD), entre 1986 e 1995:
média de +3,53% do PIB.
Período de governação de António Guterres (PS), entre 1996 e 2001:
média de +3,71% do PIB.
Período de governação de Durão Barroso (PSD/CDS-PP), entre 2002 e 2004:
média de +0,57% do PIB.
Período de governação de José Sócrates (PS), entre 2005 e 2010:
média de +0,63% do PIB.
Período de governação de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP), entre 2011 e 2015:
média de -0,82% do PIB.
Período de governação de António Costa (PS), entre 2016 e 2023:
média de +2,19% do PIB.
Assim, o facto é que a média de crescimento real do PIB no período de governação de António Guterres foi mesmo superior à de qualquer outro período de governação, quer da “direita” quer do PS. Além disso, ainda que Cavaco Silva tenha conseguido um bom crescimento, Sócrates e Costa superaram Durão Barroso e Passos Coelho, o que faz com que os Governos socialistas tenham, no geral, crescido mais do que os restantes.
Importa aqui sublinhar que os anos de mudança de Governo foram atribuídos ao Primeiro-Ministro com mais meses em funções nesse ano: a título de exemplo, Passos Coelho com 2011 em vez de Sócrates, ou Durão Barroso com 2002 em vez de Guterres. A partir deste critério excluímos das contas Pedro Santana Lopes que exerceu o cargo de Primeiro-Ministro durante cerca de oito meses, entre julho de 2004 e março de 2005.
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Nota editorial: Este artigo contempla os dados atualizados da Pordata a 14 de setembro de 2024, que podem diferir de dados disponíveis noutras datas. A título de exemplo, a 27 de outubro de 2022, os dados da Pordata desmentiam António Costa neste mesmo tópico. Ainda assim, a declaração de Pedro Nuno Santos é proferida dois anos mais tarde e com dados atualizados da mesma fonte, sendo por isso verdadeira.
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Avaliação do Polígrafo: