Esta quarta-feira, em entrevista à RTP, questionado sobre quem deveria formar Governo depois das legislativas – o partido mais votado ou quem conseguir uma maioria parlamentar -, o secretário-geral do Partido Socialista considerou ser “evidente que quem vai formar Governo é quem ganhar as eleições”.
“Foi assim há um ano, aliás, foi sempre assim, mesmo em 2015”, acrescentou Pedro Nuno Santos. “Em 2015 quem foi convidado a formar Governo foi a PàF [coligação Portugal à Frente]. Aconteceu foi que havia uma maioria alternativa que chumbou o programa desse Governo.” Terá razão?
A coligação Portugal à Frente, composta por PSD e CDS e liderada por Pedro Passos Coelho, efetivamente venceu as eleições legislativas de 2015, a 4 de outubro, reunindo 36,86% dos votos. O PS, que ficou pelo segundo lugar, apenas conseguiu 32,31%.
Dois dias mais tarde, o então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, anunciava ao país que tinha convidado Pedro Passos Coelho a “desenvolver diligências com vista a avaliar as possibilidades de constituir uma solução governativa” que pudesse assegurar a “estabilidade política e a governabilidade do país”. A 22 de outubro, por fim, confirmava ter indigitado Passos Coelho como Primeiro-Ministro.
O executivo tomou posse, para cair passado pouco tempo, por ter sido aprovada a 10 de novembro uma moção de rejeição ao programa de Governo apresentada pelo PS, com 123 votos a favor – do PS, PCP, PEV, BE e PAN.
Nascia aqui a chamada “geringonça”, um acordo parlamentar de PS com BE, PCP e PEV que levou ao nascimento de um novo Governo, liderado por António Costa, que tomou posse a 26 de novembro.
Pedro Nuno Santos disse a verdade. Em 2015, a coligação PàF – que ganhou as eleições – foi convidada a formar Governo e fê-lo. Só depois caiu, quando o seu programa foi chumbado no Parlamento, acabando por se formar um novo Governo PS que durou até 2023.
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