O Governo tem que fazer as pazes com a função pública, sugeriu na última segunda-feira Pedro Nuno Santos, no seu espaço de comentário semanal na SIC Notícias. Seja com médicos ou professores, “nós olhamos sempre para os salários da administração pública como uma despesa”, que o é do ponto de vista contabilístico, mas que representa também um “investimento“.
Com os professores, o deputado socialista afirmou ser positivo “atender às reivindicações“. O Governo, referiu, “tem em sua posse, melhor do que eu, os dados sobre o que custa. Mas a verdade é que nós temos hoje resultados que permitem que nós olhemos para os direitos dos professores de uma maneira diferente da que estamos a olhar”.
Sobre devolver por completo o tempo de serviço dos professores, Pedro Nuno Santos não deixou margem para dúvidas: “Defendo que se deve, num determinado prazo, de forma faseada, repor o tempo de serviço. Primeiro, temos que saber as contas. E depois temos que dar resposta à generalidade das carreiras da Administração Pública.”
Apesar destas declarações, que contrariam a posição do PS no tema, será que Pedro Nuno Santos votou contra a reposição do tempo de serviço dos docentes apenas 12 dias antes?
Sim. A 4 de outubro, dia em que foram votados os dois projectos de lei do Bloco e do Chega e ainda de resolução do PCP e do Livre que pediam a recuperação integral do tempo de serviço cumprido e o fim do bloqueio na progressão da carreira, o deputado alinhava-se ao partido: todos os deputados votaram contra.
Ao jornal “Público“, Pedro Nuno Santos explica: deverá sempre “respeitar as decisões colectivas“, mesmo que nem sempre esteja de acordo. “Não quer dizer que concorde sempre, mas faço parte de um grupo parlamentar e de um partido e tenderei sempre a respeitar as decisões colectivas dos órgãos do partido e do grupo parlamentar”, afirmou.
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