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Pedro Nuno Santos com posições diferentes quanto ao fim da manifestação de interesse?

Política
O que está em causa?
Pedro Nuno Santos admitiu que o PS “não fez tudo bem no que diz respeito à imigração", porque se esqueceu o “efeito de chamada” da política da manifestação de interesses. Mas, no mês passado, criticou o Governo por eliminar este regime. As suas declarações são contraditórias?
© Miguel Pereira da Silva/Lusa

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, está a ser criticado nas redes sociais depois de, numa entrevista ao jornal ‘Expresso”, ter rejeitado o regresso do regime da manifestação de interesses na imigração e assumido os erros do PS na mesma matéria. 

Um “tweet” partilhado ontem no X coloca lado a lado dois screenshots: o primeira com a notícia da SIC Notícias sobre um debate quinzenal; o segundo com a entrevista de Pedro Nuno Santos ao “Expresso”, publicada na edição desta sexta-feira.

“Estas duas notícias estão separadas por pouco mais de um mês (11/12/204 e 23/1/25). Agora expliquem-me por favor se este senhor é: 1-Bipolar; 2-Tolo; 3-Consciente de que os portugueses são tolos; 4-Troca-tintas; 5-O pior que o PS já teve; 6-Todas as anteriores”, critica o “tweet”, que soma quase 40 mil visualizações.

Mas será que houve mesmo uma mudança de posição da parte do líder socialista? É verdade, mas… 

No debate quinzenal de 11 de dezembro, Pedro Nuno Santos condenou o Executivo por não apresentar nenhuma alternativa à manifestação de interesses: “O Governo eliminou o instrumento manifestação de interesse da Lei da Imigração e nós hoje temos um problema. Essa figura não foi substituída por nenhuma alternativa e hoje temos vários setores da economia portuguesa a queixarem-se da falta de trabalhadores. (…) O Governo criou um problema a si próprio, ao país e à economia nacional.”

No entanto, na mais recente entrevista, Pedro Nuno Santos considerou que o instrumento “não deve ser recuperado tal como existia”, já que “tinha também efeitos negativos” como “um efeito de chamada”. Apesar disso, o líder do PS não disse que este deve permanecer extinto.

Pedro Nuno Santos defendeu a regulação de uma imigração “humanista e eficaz”, destacando a necessidade de assegurar que os valores culturais do país sejam respeitados.

Face às críticas às suas declarações, o socialista veio a público negar a contradição. “Não há nenhuma cambalhota, não há nenhuma contradição, porque o instrumento legal que existia não era o mais adequado. O vazio legal que o Governo deixou que o Governo é ainda pior, porque empurra muitos estrangeiros para a ilegalidade”, respondeu Pedro Nuno aos jornalistas, citado pela Lusa. 

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