“Os portugueses querem responsabilidades por aquilo que não se fez desde 2017 e que, até, não se fazia antes”, considerou Pedro Frazão, esta sexta-feira, num frente-a-frente contra o deputado João Almeida (CDS-PP) na CNN Portugal, numa análise ao impacto que os recentes incêndios em território nacional tiveram sobre as populações rurais.
Na ótica do vice-presidente do Chega, é preciso entender por que razões, ano após ano, as consequências destes fogos continuam a ser tão significativas. Para além dos sete óbitos registados durante esta semana, lamentou a existência de “40 feridos, milhares de animais mortos”, mas também “muitas falhas em autoestradas, que deviam ter sido cortadas e não foram”.
Durante a sua exposição, e em jeito de crítica à postura que tem sido adotada pelos últimos Governo no que diz respeito ao espaço rural, Pedro Frazão apontou: “Em 2017, António Costa, ex-Primeiro-Ministro, prometeu que ia fazer a maior reforma florestal desde [o tempo de] D. Dinis.”
É verdade?
Em causa estão declarações proferidas não por António Costa, mas pelo seu ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, em entrevista à agência Lusa, em agosto de 2017 – já depois do trágico incêndio em Pedrógão Grande, ocorrido dois meses antes.
Foi nessa ocasião que o governante considerou que o Executivo do qual fazia parte fez aquela que poderia ser “a maior revolução que a floresta conheceu desde os tempos de D. Dinis”. Uma homenagem ao sexto Rei de Portugal, conhecido pelo cognome “O Lavrador”, pelo seu grande envolvimento na ampliação do pinhal de Leiria.
Com essas declarações, Capoula Santos fazia referência ao trabalho que tinha vindo a ser desenvolvido pelo Governo já antes da tragédia em Pedrógão Grande. “Agastado, Capoulas Santos responde aos que o criticam que o programa do Governo foi aprovado em 2015 e que contemplava as medidas sobre a floresta. O trabalho para a sua preparação decorreu da criação de um grupo interministerial decidido em agosto do ano passado, o Governo aprovou todo o pacote sobre a floresta em março último, ‘depois de um longo período de discussão pública’, enviando de seguida os diplomas para o Parlamento. Tudo antes, recordou o ministro, da tragédia de Pedrógão, em junho”, escreveu a Lusa.
Como “resultado de dois conselhos de ministros, debate parlamentar e acompanhamento do Presidente da República”, por essa altura estavam já “aprovados 10 dos 12 diplomas sobre a floresta”, reportou a mesma agência noticiosa.
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