O vice-presidente do Chega, Pedro dos Santos Frazão, recorreu às redes sociais para se manifestar contra o abate Halal (utilizado pelos muçulmanos para o consumo de carne), por considerar que o método islâmico “desrespeita o bem-estar animal” e “vai contra os valores” da sociedade portuguesa. O deputado classifica esta prática como um “massacre islâmico dos animais” e diz que o seu aumento está relacionado com o fenómeno da imigração.
No “tweet”, que conta com quase 50 mil visualizações, Frazão, que se formou em medicina veterinária, partilha um vídeo, que conta com a participação da ex-PAN Cristina Rodrigues, onde explica as diferenças entre o método de abate convencional do Halal.
De acordo com o Instituto Halal de Portugal, os animais lícitos para os muçulmanos têm que passar por um processo de abate específico (Zibh), para que a sua carne venha a ser considerada Halal. O animal não pode estar enfraquecido e é obrigatório proceder ao abate manual do mesmo. Após o procedimento, é necessário pronunciar as palavras: “Bissmillah Allahu Akbar”, (Em nome de Allah, Allah é o Maior). Com este método, são cortados dois dos seguintes três canais (traqueia e as duas veias de irrigação cerebral).
Os utilizadores do “X” não deixaram escapar a incoerência e acusaram Frazão de ter considerações distintas mediante quem pratica os atos de tortura animal: “Já as touradas é do mais civilizado que há! “ ; “Não esqueças as touradas, essa bárbara tradição islâmica”; “Já as touradas são uma tradição… hipocrisia.”
Mas será que, apesar de criticar este método, o deputado do Chega é não só favorável às touradas como quer inclusive baixar o seu IVA?
Sim. A 2 de abril de 2022, o deputado partilhou inclusive um “tweet” onde se manifestou contra o aumento do IVA nas touradas para os 23%, classificando a medida como “uma vergonha preconceituosa” e uma “discriminação cultural”. “O Chega já tem um Projecto de Lei para que os bilhetes das corridas de touros sejam taxados na medida de todos os outros espetáculos culturais: 6%!”, lê-se.
Esta não foi a primeira vez que o deputado se pronunciou sobre o tema. Em 2021, escreveu um texto de opinião para o “Observador”: “O mundo rural invadirá Lisboa no dia em que proibirem a tauromaquia.” Neste texto, Pedro dos Santos Frazão refere que “o ataque às corridas de touros é um ataque da cidade ao coração do mundo rural, ao seu espírito, às suas luzes, às suas tradições, às suas histórias”.
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