A 28 de fevereiro, terceiro dia de greve de função pública, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, sublinhou, em declarações transmitidas pela SIC Notícias, “a situação dramática em que milhares de trabalhadores vivem, mesmo trabalhando (..), e que não conseguem sair da pobreza”.
“Não é por acaso que são 900 mil trabalhadores que trabalham todos os dias, recebem um salário ao final do mês, e continuam em situação de pobreza”, detalhou.
Terá razão?
De acordo com o relatório “Portugal, Balanço Social 2024” intitulado “Quem consegue pagar as despesas essenciais? Uma análise da pobreza absoluta em Portugal”, a afirmação de Paulo Raimundo é verdadeira.
No relatório elaborado por uma equipa da Nova School of Business and Economics (publicado em janeiro de 2025) estima-se que “8,9% dos trabalhadores (cerca de 900 mil pessoas)” estavam em 2022 em “situação de pobreza absoluta”.
Entre 2005 e 2022, em geral, “as taxas de pobreza absoluta (…) e relativa mostram uma tendência decrescente”, de acordo com as conclusões do estudo. Porém, quase 1% da população vivia, em 2022, “em pobreza absoluta extrema”, ou seja, sem condições para “pagar uma dieta adequada”.
O secretário-geral do PCP, portanto, tem razão. O número de trabalhadores que “recebem um salário ao final do mês e continuam em situação de pobreza” é de cerca de 900 mil pessoas, tal como afirmou na última sexta-feira.
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