No final de 2017 rebentava o escândalo da Raríssimas: Paula Brito e Costa, fundadora e diretora-geral da Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), era acusada de ter usado mais de um milhão de euros de apoios atribuídos à associação para fazer uma vida de luxo. Um ano e meio depois o caso surge novamente associado a uma publicação no Facebook que afirma que Paula Brito e Costa continua a receber, por mês, 3.000 euros da Raríssimas.
A história dos carros e das compras de luxo chocou a população portuguesa. Segundo uma reportagem da TVI, Paula Brito e Costa recebia um salário base mensal de 3.000 euros ao qual juntava 1.300 euros em ajudas de custo, 816 euros para um plano de poupança-reforma (PPR) e 1.500 euros para deslocações.
“A manutenção do cargo de diretora-geral da Raríssimas por Paula Brito e Costa não é admissível à luz das suspeitas cujos indícios são enormes, fortes e reiteradamente denunciados”, disse então o porta-voz dos funcionários da associação, citado pela Renascença, anunciando o afastamento de Paula Brito e Costa. Uma nova direção foi eleita no início de 2018, com Sónia Margarida Laygue, socióloga do trabalho e mãe de uma criança com uma doença rara, a assumir a liderança da associação.
Mais de um ano depois surge nas redes sociais uma publicação que denuncia que Paula Brito e Costa, apesar de ter sido afastada daquela Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), continua a auferir mensalmente o mesmo salário que tinha quando era diretora-geral da Raríssimas. “A verdade é que Paula Brito e Costa, embora suspensa, continua a receber um salário base de 3.000 euros da associação que roubou. Assim como o seu marido e filho, embora também suspensos”, pode ler-se no post colocado a circular no Facebook.
O Polígrafo SIC contactou a Raríssimas para de confirmar estas alegações. Através de e-mail, Sónia Margarida Laygue nega a existência de qualquer pagamento por parte da associação à família Brito e Costa: “A Dra. Paula Brito Costa não aufere qualquer vencimento por parte da Raríssimas desde o final de julho de 2018”, afirma. E acrescenta: “Aproveito igualmente para esclarecer que também o marido e o filho não auferem qualquer vencimento da Raríssimas desde a mesma data.”
As contas da associação Raríssimas referentes ao ano de 2017 estiveram sob auditoria até janeiro de 2019, data em que foi publicado o relatório referente à investigação. Nesse documento, publicado na página da associação, pode ler-se que a instituição teve “um resultado líquido negativo de 626.218 euros”, mas, por falta de informações disponíveis, não é possível concluir que houve fraude na gestão daquela IPSS.
Avaliação do Polígrafo SIC: