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O que está em causa?"Está tudo bem, não está senhores 'desgovernantes'? Passagem de trabalhadores ao desemprego dispara 51% no final de 2022", destaca-se em publicação no Facebook, remetida ao Polígrafo com pedido de verificação de factos.
De acordo com o último boletim de "Estatísticas do Emprego - Estatísticas de Fluxos entre Estados do Mercado de Trabalho" (pode consultar aqui) do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicado no dia 15 de fevereiro de 2023, "do total de pessoas que estavam desempregadas no 3.º trimestre de 2022, 52,7% (161,3 mil) permaneceram nesse estado no 4.º trimestre de 2022, 26,2% (80 mil) transitaram para o emprego e 21,1% (64,5 mil) transitaram para a inatividade. No mesmo período, 25,5% (34,6mil) dos homens desempregados e 26,7% (45,4 mil) das mulheres desempregadas transitaram para o emprego".
"Do 3.º trimestre para o 4.º trimestre de 2022, 36,9% (65,4 mil) dos desempregados de curta duração e 16,1% (26,1 mil) das pessoas pertencentes à 'força de trabalho potencial' transitaram para o emprego. Ao mesmo tempo, transitaram para um trabalho por conta de outrem 9,8% (69,3 mil) das pessoas que tinham um trabalho por conta própria e 23,6% (72,0 mil) das pessoas que se encontravam desempregadas. Do total de trabalhadores por conta de outrem que, no 3.º trimestre de 2022, tinham um contrato de trabalho com termo ou outro tipo de contrato, 19,3% (133,8mil) passaram a ter um contrato sem termo no 4.º trimestre de 2022", informa o INE.
Quanto ao balanço do ano de 2022, "do total de desempregados em 2021, 35% (118,6 mil) permaneceram nesse estado em 2022, enquanto 46,7% (158,3 mil) transitaram para o emprego e 18,3% (62 mil) transitaram para a inatividade. No mesmo período, 48,4% (78,4 mil) dos homens desempregados e 45,2% (79,8 mil) das mulheres desempregadas transitaram para o emprego".
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António Costa Silva: "Os empregos aumentaram, mais 210 mil postos de trabalho em 2022"
Em entrevista à CNN Portugal, a 3 de fevereiro, o ministro da Economia e do Mar declarou que "nós temos cerca de 4,9 milhões de pessoas que é a nossa força ativa. E os empregos aumentaram 210 mil, mais postos de trabalho em 2022". Os números evocados por Costa Silva estão corretos?
"De 2021 para 2022, 56,6% (108,6 mil) dos desempregados de curta duração e 30,8% (57,7 mil) das pessoas pertencentes à 'força de trabalho potencial' transitaram para o emprego. Ao mesmo tempo, transitaram para um trabalho por conta de outrem 10,8% (76 mil) das pessoas que tinham um trabalho por conta própria e 42,1% (142,5 mil) das pessoas que se encontravam desempregadas. Do total de trabalhadores por conta de outrem que, em 2021, tinham um contrato de trabalho com termo ou outro tipo de contrato, 36,4% (250,6 mil) passaram a ter um contrato sem termo em 2022", detalha.
No "Quadro 1 - Fluxos trimestrais e anuais entre estados do mercado de trabalho" do referido boletim do INE encontramos os dados que sustentam a alegação do post em causa. De facto, no último trimestre de 2022 registou-se um total de 83,4 mil trabalhadores que transitaram do emprego para o desemprego, o que representa um aumento de 51,2% face ao trimestre anterior e de 32,9% face ao trimestre homólogo (de 2021).
Também houve um incremento considerável na passagem do emprego para a inatividade: total de 141,1 mil trabalhadores no último trimestre de 2022, o que representa um aumento de 22,7% face ao trimestre anterior e de 7,5% face ao trimestre homólogo (de 2021).
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Avaliação do Polígrafo:
