O “post” é longo e denuncia vários aspetos relativos à suposta venda da Muralha Medieval de Santarém, da qual a cidade ainda preserva “algumas estruturas”, como por exemplo “uma grande torre e alguns metros de muro” que se encontram “junto à Rua Pedro Canavarro, apanhando parte do actual parque de estacionamento do Seminário do Colégio dos Jesuítas, paredes meias à Igreja de Nossa Senhora da Conceição”.
“Como podemos verificar nesta foto da autoria de José Carlos Pisco, a dita torre foi ‘decorada’ com uma placa da Era Imobiliária. Perante isto, ou a placa se referia a alguma habitação ou terreno para venda nas imediações – e a sua colocação no topo da torre uma opção de certo mau gosto e de algum desrespeito pelo património – ou então remeteria para a intenção de venda da própria torre e/ou da muralha que a acompanha. De acordo com algumas informações locais, tanto o trecho da muralha como a torre indicada são propriedade privada e estão mesmo para venda”, assegura a publicação de 4 de março, que soma milhares de “likes” e centenas de partilhas.
O autor da publicação deixa ainda um apelo aos portugueses em geral: “sensibilizar as entidades públicas – enviando emails, comentários, mensagens de Facebook ou cartas – no sentido do regresso à posse inteiramente pública da muralha medieval de Santarém, conforme deveria ser sempre o caso quando estamos perante qualquer património histórico”.
O Polígrafo contactou a imobiliária responsável pela venda, “ERA”, que confirmou a alienação do imóvel (privado desde 1920), um edifício com R/C, 1º e 2º andar, destinado a comércio e serviços onde funcionava a antiga “Residencial Muralha”. Do conjunto fazem ainda parte o troço da muralha e a torre. Tudo somado, o preço de venda chega aos 500 mil euros, confirmou a ERA ao Polígrafo, ainda que o anúncio não esteja, por enquanto, disponível online.
O Polígrafo entrou ainda em contacto com a autarquia de Santarém, que confirmou que o edifício é completamente privado.
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Avaliação do Polígrafo: