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Papa Francisco agraciou Bolsonaro com uma bênção apostólica?

Internacional
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Primeiro a parte verdadeira: sim, tudo indica que Bolsonaro tem uma benção apostólica. Agora a falsidade: não é verdade que tenha sido o Papa Francisco a atribuí-la porque essa não é uma das suas funções - na realidade, qualquer cidadão pode ter uma benção apostólica se a requisitar.

Jair Bolsonaro e as fake news aparentam ser como o pão e a manteiga: nasceram um para o outro. O novo presidente brasileiro é alvo frequente de boatos e rumores (uns em seu favor, outros nem por isso) colocados a circular nas redes sociais e depois amplificados por plataformas de distribuição de informação como o WhatsApp.

Desta vez, um conjunto de sites divulgaram uma informação segundo a qual o Papa Francisco teria agraciado Bolsonaro com uma bênção apostólica em formato de pergaminho.

Num país tão religioso como o Brasil, a ser atribuída, esta distinção reforçaria a imagem de homem de fé que Jair Bolsonaro sempre quis transmitir aos seus eleitores.

O problema é que a verdade é outra.

Se o documento de que falam os sites que o divulgaram é real, o resto é produto da imaginação de apoiantes de Bolsonaro.

Ao site Aos Fatos, o Vatican News, órgão oficial do Vaticano, revelou que as o pergaminho em causa não foi emitido pelo Sumo Pontífice da Igreja Católica.

Na verdade, as bênçãos apostólicas podem ser solicitadas por qualquer pessoa à Esmolaria Apostólica, sendo frequentemente  oferecidas como presentes ou homenagens a alguém em momenos relevantes da vida, como o casamento, o baptismo ou o aniversário.

Trata-se, como tal, de uma distinção um pouco mais vulgar do que os sites em causa querem dar a entender. Maior distinção terá sido mesmo o facto de um representante do Papa Francisco ter participado na tomada de posse de Bolsonaro, tendo-lhe entregado na ocasião uma carta em que o Papa lhe confere a sua benção espiritual.

Avaliação do Polígrafo:

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