Circula no TikTok uma publicação que refere que “os principais destinos de emigração portuguesa têm mais carga fiscal do que Portugal”.
“Talvez a solução não passe por reduções de impostos só porque sim”, acrescenta o protagonista do vídeo. “Reduções que acabam por beneficiar os mais ricos. E vocês, os pobretanas, ficam a chupar no dedo.”
Será que se confirma que estes países têm uma carga fiscal superior à portuguesa?
De acordo com o Observatório da Emigração, os cinco principais destinos dos emigrantes portugueses em 2023 foram a Suíça (12.652 emigrantes), Espanha (11.554), França (7.426), Alemanha (6.375), Países Baixos (4.892), Reino Unido (4.411) e Luxemburgo (3.638).
Segundo o Eurostat, a carga fiscal (composta pelos impostos e contribuições sociais em percentagem do PIB), em 2023, era de 26,9% na Suíça, 37% em Espanha, 45,6% em França, 40,3% na Alemanha, 39,1% nos Países Baixos e 42,8% no Luxemburgo. De acordo com dados da Câmara dos Comuns, no Reino Unido entre 2023 e 2024 a carga fiscal rondou os 35% do PIB.
Em Portugal, por outro lado, em 2023 a carga fiscal foi de 37,6% do PIB. Ou seja, em sete destinos mais comuns, quatro registaram cargas fiscais superiores à nacional: França, Alemanha, Países Baixos e Luxemburgo. Convém sublinhar, porém, que os dois principais destinos – Suíça e Espanha – apresentam cargas fiscais inferiores à portuguesa.
É portanto, verdade que existe uma tendência para que os portugueses emigrem para países com carga fiscal superior à registada em Portugal. Mas não é uma tendência linear e tal não acontece, curiosamente, nos dois principais destinos.
_____________________________
Avaliação do Polígrafo: