O pentatlo moderno junta cinco modalidades numa competição única: esgrima, hipismo (que será substituída por outra em 2028), natação e tiro e atletismo – as duas últimas estão associadas há alguns anos numa prova única designada primeiro como “evento combinado” e, mais recentemente, “laser-run”).
Na esgrima, o florete tem um mecanismo eletrónico que sinaliza (acendendo uma luz) cada vez que o atleta que o está a empunhar consegue tocar no corpo do seu oponente, momento a que corresponde a conquista de 1 ponto.
Nos JO de 1976, na cidade canadiana de Montreal, o pentatleta da URSS Boris Onishchenko era um dos nomes mais fortes para a competição individual e uma peça importante para que o seu país fosse sério candidato às medalhas na prova por equipas. Nas olimpíadas de 1968 (Cidade do México) tinha sido 5.º na competição individual e ajudado a URSS a conquistar a medalha de prata na coletiva. Quatro anos mais tarde, em Munique, conseguiu a medalha de prata na prova individual e a de ouro na de equipas. Em 1971, fora também campeão do mundo.
Mas, em julho/agosto de 1976, o atleta nascido na Ucrânia (então integrada na URSS) estava já perto dos 39 anos, que completaria em setembro.
No combate que manteve com Boris Onishchenko, o inglês e também candidato às medalhas Jeremy (Jim) Fox estranhou a marcação de alguns pontos pelo sensor, pois tinha a certeza de que não tinha sido tocado pela espada de Onishchenko. Apresentou uma reclamação aos árbitros e, estes, examinando o equipamento do russo, descobriram que o atleta tinha instalado um botão no seu florete que lhe permitia acionar o mecanismo que acendia a luz de toque no adversário, ou seja, marcar os pontos a seu favor que quisesse.
O escândalo foi enorme e Onishchenko foi desqualificado e expulso dos JO.
_________________________
Avaliação do Polígrafo: