Eliminado esta semana nos 100 e 50 metros livres, respetivamente na primeira eliminatória e nas meias-finais, Diogo Ribeiro tem esta sexta-feira o seu grande dia nos Jogos Olímpicos (JO), ao disputar uma das duas competições da sua eleição e em que é campeão do mundo desde fevereiro deste ano: os 100 metros mariposa (a outra na qual também se sagrou o melhor do mundo em Doha, os 50 metros mariposa, não é prova olímpica).
O tempo que demorou a percorrer as duas piscinas em mariposa nesse dia 17 de fevereiro (51,17 segundos) continua a ser o seu recorde na disciplina, por isso a referência para ser comparada com as melhores marcas dos seus concorrentes de hoje e também com os resultados registados nos JO anteriores.
Entre os melhores tempos registados pelos 40 nadadores que vão disputar, divididos em 8 rondas, os 100 metros mariposa no Paris La Défense Arena, há 14 que se superiorizam ao recorde pessoal do português campeão do mundo. Só na sua série, a terceira, há quatro nadadores com melhores tempos – com o suíço Noe Ponti à cabeça, que tem 50,16 segundos como melhor marca. Quase um segundo a menos do que Diogo Ribeiro, o que em natação significa bastante.
Ou seja, Ribeiro conseguiu em Doha, precisamente nos mundiais, a sua melhor performance, enquanto alguns dos seus rivais foram mais rápidos noutras provas. Recorde-se que passam às meias-finais os 16 melhores tempos e à final os 8, o que poderá implicar que Diogo Ribeiro, para ter sucesso, tenha de superar o seu registo mais rápido, nada que o nadador de Coimbra não tenha feito noutras competições de importância magna.
Já se a comparação for feita com os últimos JO, verifica-se que os 51,17 segundos de Diogo Ribeiro seriam suficientes para atingir a final (o 8.º tempo nas meias-finais, do guatemalteco Luís Martínez, foi de 51,30 segundos), mas não chegaria para conquistar medalhas, uma vez que houve 7 tempos melhores na final (entre os 49,45 segundos e os 51,09 segundos).
Assim, atendendo aos melhores tempos registados pelos nadadores que vão competir nos 100 metros mariposa e às probabilidades daí decorrentes, é altamente improvável que Diogo Ribeiro conquiste uma medalha em Paris 2024, isto apesar de ser campeão do mundo na distância. A capacidade para obter as suas melhores performances em grandes provas pode contrariar as estatísticas do cronómetro, mas a sua capacidade de superação só seria efectiva se, ao seu melhor dia, os seus principais rivais respondessem com performances muito abaixo do seu nível.
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