- O que está em causa?Na sequência de um artigo do Polígrafo comprovando que Joacine Katar Moreira já gaguejava em público desde há muito tempo antes da campanha eleitoral para as legislativas de 2019, no âmbito das quais é candidata a deputada pelo partido Livre, recebemos várias mensagens questionando sobre se o grau de gaguez pode variar mediante diferentes momentos e contextos. Para dissipar essas dúvidas questionámos duas terapeutas da fala.

Em artigo publicado hoje, dia 2 de outubro, o Polígrafo verificou que a gaguez de Joacine Katar Moreira não é recente. A título de exemplo, no dia 14 de novembro de 2018, a ativista e feminista participou no programa "Super Swing" do Canal Q, tendo sido entrevistada por Joana Barrios e André E. Teodósio. Na gravação em vídeo do programa verifica-se que a gaguez já era notória nessa altura, quando ainda não era candidata a deputada pelo partido Livre.
Estão a circular nas redes sociais diversos vídeos que mostram Joacine Katar Moreira a discursar mais fluidamente e sem gaguez. Nas mensagens que acompanham essas publicações insinua-se ou acusa-se explicitamente a candidata a deputada de estar a fingir que é gaga durante a campanha por motivos eleitoralistas. O referido artigo do Polígrafo visava esclarecer que se trata de uma falsidade.

"Desde que a conheci - e tenho trabalhado há muitos anos com ela e assistido a eventos - foi sempre gaga. Ela não é a Rachel Dolezal da voz. Teria de estar há muitos anos a fingir uma coisa que é um entrave para a vida dela", sublinhou André E. Teodósio, contactado pelo Polígrafo.
Não obstante, logo após a publicação do artigo recebemos várias mensagens questionando sobre se o grau de gaguez pode variar mediante diferentes momentos e contextos. Para dissipar essas dúvidas questionámos duas terapeutas da fala.
"A gaguez tem várias origens e vários tipos de manifestações. Não existe uma gaguez, a gaguez está dentro do grande grupo das disfluências e tem várias origens e vários tipos de manifestações. Obviamente que o nosso estado de espírito vai influenciar, mas não há uma regra sobre a forma como vai influenciar. Não há uma fórmula única que se possa aplicar", afirma Sandra Cruz.
Para depois concluir: "Se me está a perguntar se acho que a Joacine se aproveita da condição ou finge, não acho, de todo. Acho que é perfeitamente normal a variação na mesma pessoa".
No mesmo sentido aponta Carolina Mira, sublinhando que "numa pessoa adulta, a gaguez varia consoante os contextos, não há a menor dúvida" relativamente a esse facto.
Avaliação do Polígrafo:
