No segundo e último dia do 31º Congresso do CDS-PP, Nuno Melo repetiu o que tinha afirmado em janeiro deste ano, durante a preparação das eleições legislativas: que “sempre que PSD e CDS juntaram forças nunca perderam eleições legislativas.”
Num discurso em que se virou inevitavelmente para o companheiro de Governo – o PSD -, Nuno Melo lembrou que é neste Executivo que estão os “partidos que defendem o projecto europeu”, a propósito da Guerra na Ucrânia e em Gaza, e ainda as forças que, unidas, nunca perderam uma eleição. É verdade?
A primeira experiência de coligação pré-eleitoral entre PSD e CDS foi mesmo a já referida AD que venceu as legislativas de 1979 (45,26% dos votos, 128 deputados) e de 1980 (47,59% dos votos, 134 deputados).
Em 2002, o PSD de Durão Barroso formou Governo em coligação com o CDS-PP de Paulo Portas, para garantir uma maioria absoluta ao nível parlamentar, mas concorreram separadamente. Ou seja, foi uma coligação pós-eleitoral. Tal como em 2011, entre o PSD de Pedro Passos Coelho e o CDS-PP de Paulo Portas.
De facto, a única coligação pré-eleitoral entre PSD e CDS além da AD de 1979-80 ocorreu em 2015, através da coligação Portugal à Frente. E formalmente venceu as eleições, na medida em que conquistou mais votos (38,5%) e mandatos de deputados (107). Mas não foi suficiente para assegurar uma maioria absoluta e o breve segundo Governo liderado por Passos Coelho foi prontamente derrubado na Assembleia da República pelos partidos (PS, BE, PCP e PEV) que se juntaram para formar uma “geringonça” alternativa.
Já em março deste ano, novamente coligados, PSD e CDS-PP conseguiram, ainda que ligeira, uma vitória suficiente para forma Governo.
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Avaliação do Polígrafo: