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Número de portugueses sem médico de família subiu para 700 mil entre 2018 e 2019?

Política
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Em recente publicação no Facebook acusa-se o Primeiro-Ministro, António Costa, de prometer e não cumprir a meta de atribuir a todos os cidadãos um médico de família. Os dados evocados estão corretos? Verificação de factos.

“Quem prometeu em 2016 que todos os portugueses teriam um médico de família até ao final de 2017?”. Esta é a pergunta que dá o mote à acusação dirigida ao primeiro-ministro, António Costa, numa publicação que está a circular nas redes sociais. 

De seguida alega-se que “o número de portugueses sem médico de família chegou mesmo a aumentar entre 2018 e 2019 para o total de cerca de 700 mil“.

António Costa Facebook

Será que estes dados correspondem à verdade?

O relatório anual de acesso a cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) indica que, em 2018, o número de utentes sem médico de família atribuído era de 690.232. O que, em termos percentuais, corresponde a 7% da totalidade dos inscritos no SNS nesse ano.

Já em 2019, o número de utentes sem médico de família designado atingiu um total de 730.232. Ou seja, confirma-se o aumento denunciado na publicação sobre o número de portugueses sem médico de família. Contudo, no início da XXI Legislatura, em 2015, o número de utentes sem médico de família ascendia a um milhão.

gráfico médico família

Até 2018, esse número decresceu sempre e, nesse ano, registou-se o valor mais baixo de sempre de utentes sem médico de família atribuído. Assim, a tendência nos últimos cinco anos foi de decréscimo, tendo-se registado um aumento apenas no ano passado.

O Polígrafo já analisou outra publicação relacionada com esta promessa de António Costa, expressa em 2016 durante o discurso de encerramento da rentrée política do PS em Coimbra. Nessa ocasião, o Primeiro-Ministro garantiu mesmo que todos os portugueses teriam um médico de família até ao final de 2017: “Não estamos conformados e vamos continuar a trabalhar para daqui a um ano podermos dizer que deixou de haver portugueses sem acesso a médico de família“, declarou então..

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebookeste conteúdo é:

Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafoeste conteúdo é:

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