“Se o doutor [António] Costa administrasse um deserto, em breve faltaria a areia”, começa por se ironizar num post de 11 de setembro no Facebook, no qual se apresentam depois contas referentes à evolução do número de alunos por cada professor (no “ensino público não universitário” em Portugal) ao longo dos últimos sete anos.
“No ensino público não universitário havia 1.375 mil alunos em 2015 e 1.255 mil em 2022, ou seja, menos 120 mil. Nos mesmos anos (…) havia 120,9 mil e 131,1 mil professores, respetivamente. Ou seja, mais 10,2 mil professores“, destaca-se no texto da publicação, remetida ao Polígrafo para verificação de factos.
Posto isto, questiona-se: “Como explicar que, mais uma vez, este ano nas colocações há ainda 100 mil alunos sem professor?”
“Uns milhares de professores fazem ‘trabalho sindical’ para um dos 23 sindicatos e outros milhares estão em média de baixa. A isto adicione-se o efeito do aumento do número de disciplinas basicamente destinado a contrariar a redução do número de alunos. O resultado em sete anos é o número de alunos por professor ter descido de 11,4 para 9,6“, conclui o autor do texto.
De acordo com os dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) compilados na Pordata, o número de alunos matriculados no ensino público em Portugal baixou de 1.668.023 em 2015 para 1.606.510 em 2022.
Mas no texto em causa aponta-se para o “ensino público não universitário”. Pelo que, descontando o número de alunos matriculados no ensino superior, resulta num total de 1.375.664 alunos em 2015 e 1.255.315 alunos em 2022.
Quanto ao número de “docentes em exercício nos ensinos pré-escolar, básico e secundário público“, de acordo com os dados da DGEEC compilados na Pordata, o facto é que aumentou de 120.947 em 2015 para 131.133 em 2022.
Ou seja, mais 10.186 professores, um número muito próximo do evocado no post sob verificação.
Resta calcular o rácio de alunos por cada professor, com base nestes números: de cerca de 11,4 em 2015 para cerca de 9,6 em 2022.
Neste caso, sai assim um carimbo de “Verdadeiro“.
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Avaliação do Polígrafo:
