A mamografia é uma das principais formas de diagnosticar precocemente o cancro da mama. No entanto, surgiu nas redes sociais um alerta que aponta o exame como a causa direta do aparecimento do tumor no peito, devido à radiação utilizada no diagnóstico. Mas trata-se de uma informação que nunca foi comprovada cientificamente.
A relação entre a radiação e o aparecimento de cancro é um assunto muito discutido na comunidade científica. Apesar da radiação ser identificada como uma fonte potencial de cancro ao longo da vida, trata-se ainda de uma relação não comprovada.
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A plataforma espanhola de fact-checking “Newtral” falou com especialistas em radiologia que garantem não existirem estudos que comprovem a relação entre a mamografia e o aparecimento de cancro. “Não há nenhuma evidência científica que mostre que com as doses e metodologias com que se faz uma mamografia exista maior risco de aparecimento do cancro da mama”, afirmou ao site liderado pela conhecida jornalista espanhola Ana Pastor a médica Marta Branco, da Associação Espanhola contra o Cancro.
Em 2018 morreram perto de 627 mil mulheres em todo o mundo devido ao cancro da mama. Só em Portugal surgem seis mil novos casos todos os anos, o que corresponde a uma média de 11 novos casos por dia.
À semelhança das mamografias, existem outros exames médicos que utilizam uma muito baixa quantidade de radiação ionizante. Exemplos: o Raio-X e os TAC. As doses aplicadas durante os exames são muito pequenas e o tempo de exposição é reduzido. Francesco Sardanelli, editor da revista da Radiologia Experimental Europeia, explica num artigo intitulado “Mamografia: Uma atualização das recomendações da EUSOBI nas informações para mulheres” que durante este tipo de exame de diagnóstico “é utilizada uma técnica radiográfica particular que requer compressão da mama por cinco a dez segundos de forma a libertar menor dose de radiação e obter imagens de alta qualidade”.
“É verdade que nesse exame os seios são pressionados para serem observados, mas isso nunca degenera os tecidos ou produz inflamação, nem é feito de forma abrupta ou dolorosa”, acrescentou, à Newtral, Marta Blanco. Através da compressão do peito, a imagem obtida é mais clara e o contraste maior, o que permite uma mais fácil identificação dos tumores.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) tem em ação um Programa de Rastreio do Cancro da Mama que conta com uma rede unidades móveis que se deslocam a diversos concelhos do país. A partir dos 50 anos, as mulheres portuguesas recebem uma carta-convite para realizar uma mamografia.
O Dr. Alfonso Vega, chefe do Departamento de Radiologia da Mama no Hospital Universitário Marqués de Valdecilla, também revelou à Newtral que “não faz sentido usar o argumento da radiação como uma razão para não fazer uma mamografia”. “Esse risco teórico, que é induzido, é 100 vezes menor do que o de uma mulher, por ser mulher, sofrer de cancro da mama”, reforçou.
Por norma, na Europa, as mulheres são aconselhadas a realizar mamografias regularmente a partir dos 50 anos e, no caso de Portugal os exames são gratuitos entre os 50 e os 69 anos. No entanto, caso a paciente seja considerada de alto risco ou tenha antecedentes clínicos relacionados com cancro da mama, o acompanhamento começa mais cedo.
No entanto, este ano foi anunciado pela Universidade de Heidelberg a criação de uma nova forma de diagnostico do cancro da mama através de um exame ao sangue. O teste consiste numa espécie de “biópsia líquida” que não é invasiva e terá uma fiabilidade de 86% em mulheres com menos de 50 anos. Este resultado ultrapassa outros testes semelhantes – como o CancerSEEK e o HeiScreen. A equipa de investigação liderada por Sarah Schott tem esperança que este novo teste esteja disponível no mercado ainda durante 2019.
Por norma, na Europa, as mulheres são aconselhadas a realizar mamografias regularmente a partir dos 50 anos e, no caso de Portugal os exames são gratuitos entre os 50 e os 69 anos. No entanto, caso a paciente seja considerada de alto risco ou tenha antecedentes clínicos relacionados com cancro da mama, o acompanhamento começa mais cedo.
Cancro da mama continua a ser um dos mais mortíferos
Em 2018 morreram perto de 627 mil mulheres em todo o mundo devido ao cancro da mama. Só em Portugal surgem seis mil novos casos todos os anos, o que corresponde a uma média de 11 novos casos por dia. Dessas, quatro mulheres morrem todos os dias devido a esta doença. Os homens também podem ser atingidos por cancro da mama, mas a incidência é menor: apenas um em cada 100 casos de cancro da mama desenvolve-se num homem.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) tem em ação um Programa de Rastreio do Cancro da Mama que conta com uma rede unidades móveis que se deslocam a diversos concelhos do país. A partir dos 50 anos, as mulheres portuguesas recebem uma carta-convite para realizar uma mamografia.
Este diagnostico precoce pode antecipar o desenvolvimento de situações cancerígenas complicadas, evitando tratamentos mais agressivos. Segundo dados disponibilizados pela LPCC, desde o início deste programa foram realizadas 3 milhões de mamografias e encaminhadas para diagnóstico e tratamento 16 mil mulheres.
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