“(…) Temos de criar condições para que os jogadores da formação permaneçam pelo menos três anos, inclusive numa época de afirmação. Obviamente que se consegue pela criação de incentivos financeiros para que os jogadores da formação possam ficar e ser campeões pelo Benfica. Dizem-me: `mas o Benfica tem condições para fazer isso?`. Obviamente que tem, porque se o nosso rival tem condições para reter os melhores jogadores, ninguém me convence que o Benfica não tem (…)” [Transcrição da versão publicada em papel]
Em entrevista ao jornal A Bola, João Noronha Lopes, candidato à presidência do Benfica, contextualizou desta forma o que considera ter sido a venda errada (porque precipitada) de João Neves ao PSG. A comparação, ainda que implícita, é feita com o Sporting, o grande rival das águias nos últimos dois anos.
Desde a época em que Rui Costa é presidente do Benfica (2021/22), os jogadores da formação do Sporting que assumiram maior destaque no plantel principal foram Gonçalo Inácio, Eduardo Quaresma, Daniel Bragança, Nuno Mendes, Palhinha, Quenda e Matheus Nunes – formado no Ericeirense, chegou ao Sporting para os sub-23 e também foi incluído neste lote.
Quantas épocas inteiras se mantiveram em Alvalade, na equipa principal?
Jogador | Épocas inteiras no plantel sénior | Saída |
Nuno Mendes | 1 | 2021/22 |
Matheus Nunes | 2 | 2022/23 |
Palhinha | 2 | 2022/23 |
Quenda | 2 | 2026/27* |
Gonçalo Inácio | 5 | no clube |
Daniel Bragança | 5 | no clube |
Eduardo Quaresma | 2 | no clube |
*Vendido ao Chelsea, mas emprestado ao Sporting até ao final da época 2025/26
Conforme mostra o quadro, destes sete jogadores, quatro foram vendidos e três mantêm o vínculo com o Sporting, dois deles já com cinco épocas cumpridas. Porém, daqueles que mais se destacaram (sendo internacionais A com regularidade), o Sporting apenas conseguiu conservar Gonçalo Inácio, negociando Nuno Mendes, Matheus Nunes e Palhinha antes destes cumprirem três temporadas de modo integral no Sporting. Quenda, que ainda não tem minutos pela seleção A mas que é dos um jogadores do plantel com maior valor de mercado, também já foi transacionado.
Além destes sete atletas, há ainda outros cinco que, tendo realizado poucos jogos pela equipa principal dos leões – mas sendo promessas do clube oriundas da formação –, acabaram por ser emprestados com opção de compra e/ou vendidos, não dispondo, por conseguinte, de tempo para se afirmar em Alvalade: Tiago Tomás, Chermiti, Fatawu, Mateus Fernandes e Essugo.
Assim, ao contrário do que afirmou Noronha Lopes, com exceção de Gonçalo Inácio, o Sporting vendeu todos os seus melhores jogadores da formação antes que estes cumprissem três épocas inteiras com utilização no plantel principal.
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Avaliação do Polígrafo Futebol: