“Estados em que o nome de Biden não pode ser removido e nenhum outro pode ser acrescentado. Representa mais de 130 votos do colégio eleitoral, despejados na sanita”, realça-se num post de 22 de julho no Instagram, em língua inglesa (tradução livre).
No dia anterior, recorde-se, o atual Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, tinha anunciado a sua desistência da corrida para a eleição presidencial deste ano, agendada para 5 de novembro.
Cedendo à pressão generalizada, inclusive do interior do Partido Democrata e entre os seus principais apoiantes (e angariadores de financiamento), Biden decidiu não se recandidatar ao cargo. E assumiu desde logo que, em alternativa, apoia a sua vice-presidente Kamala Harris como candidata do Partido Democrata, na disputa frente a Donald Trump do Partido Republicano.
O problema é que o prazo legal para alterar os boletins de voto (trocando o nome de Biden pelo Harris como candidato/a) já terá sido ultrapassado em nove dos 50 Estados que compõem os EUA, a saber: Alabama, Indiana, Michigan, Minnesota, Novo México, Ohio, Pensilvânia, Texas, Washington.
Mas o facto é que essa alegação – difundida através do Instagram – não tem qualquer fundamento.
Desde logo porque Biden ainda nem sequer tinha sido oficializado como candidato do Partido Democrata, pelo que os boletins de voto ainda não foram impressos.
A formalização estava prevista para a Convenção Nacional Democrata agendada para os dias 19 a 22 de agosto, em Chicago, quando os delegados iriam escolher o/a candidato/a. Até lá, Biden era apenas o candidato presumível, ainda não oficial.
Só depois da Convenção Nacional Democrata – que entretanto poderá ser antecipada, por causa da desistência de Biden – é que os nomes dos candidatos (a Presidente e vice-presidente pelo Partido Democrata) serão indicados às autoridades eleitorais de todos os Estados, que poderão então conceber os boletins de voto (ou programar os sistemas de voto eletrónico).
De resto, o prazo legal para alterar os boletins de voto ainda não foi ultrapassado em nenhum dos Estados, variando entre o final de agosto e o início de Setembro. Esta informação foi confirmada pelo “PolitiFact” e outros jornais de verificação de factos.
_____________________________
Avaliação do Polígrafo: