É um dos primeiros factos históricos já confirmados na noite eleitoral em curso. Pela primeira vez desde as eleições para a Assembleia Constituinte em 1975, o partido mais votado no distrito de Beja em legislativas não foi o PCP nem o PS, mas sim o Chega.
Entre 1975 e 1991, o PCP – incluindo as coligações APU e CDU – dominou o círculo eleitoral de Beja, sempre com vitórias expressivas, muitas vezes acima de 40%. Em 1979, na versão de APU (Aliança Povo Unido), atingiu mesmo 50,7% dos votos.
Após a sequência de oito vitórias consecutivas do PCP, a partir de 1995 foi o PS que começou a acumular vitórias: nove consecutivas. Em 2005, quando sob a liderança de José Sócrates alcançou a primeira maioria absoluta ao nível nacional, atingiu um ponto máximo de 51% dos votos.
Ao longo de todo este período, só por duas vezes o PSD conseguiu romper o predomínio de PCP e PS em Beja, ficando na segunda posição em 1987 e 1991. Nunca conseguiu ganhar.
Tudo começou a mudar nas legislativas de 2024, quando o PS ainda ganhou mas o PCP caiu para a quarta posição, ultrapassado pelo Chega e pela Aliança Democrática (PSD, CDS-PP e PPM). Foi também a primeira vez que o PCP não elegeu qualquer deputado no círculo de Beja. Os três mandatos foram distribuídos equitativamente por PS, Chega e Aliança Democrática.
Já em 2025, estando a contagem terminada, o Chega venceu no distrito de Beja com 20.447 votos (27,73% do total). À frente do PS (19.536 votos, 26,49%) e da Aliança Democrática (15.407 votos, 20,89%), que deixou de integrar o PPM. Quanto ao PCP, permaneceu na quarta posição (10.000 votos, 13,56%), registando o seu pior resultado de sempre em Beja.
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