“NYC [Cidade de Nova Iorque], EUA [Estados Unidos da América]… Um banner com os dizeres ‘No Zelensky – No War’ apareceu na Quinta Avenida”, destaca-se numa publicação de 2 de julho no X (ex-Twitter), com o clip de vídeo (apenas oito segundos de duração) que mostra o suposto cartaz de grande dimensão, afixado na fachada de um prédio nova-iorquino.
“Manifesto gigante em Nova Iorque: ‘No Zelensky – No Guerra’“, descreve-se noutra publicação do mesmo vídeo, datada de 19 de julho, mas no Facebook. Também detectamos exemplos com descrições em inglês, francês, castelhano, alemão e russo, entre outras línguas. O vídeo é o mesmo e aponta-se sempre no mesmo sentido: um cartaz anti-Zelensky (e anti-guerra) que estará afixado numa das principais artérias da ilha de Manhattan.
Através de ferramentas de análise das imagens, porém, verificamos que o clip em causa foi replicado a partir de um vídeo publicado originalmente a 15 de julho de 2021 na plataforma YouTube.
As imagens do vídeo original, em vez de um cartaz anti-Zelensky (e recorde-se, neste âmbito, que a mais recente invasão da Ucrânia por forças militares da Rússia só teve início na madrugada de 24 de fevereiro de 2022), destaca-se um enorme cartaz com o rosto da cantora Roseanne Park, de origem sul-coreana e neo-zelandesa, embaixadora da “Tiffany & Co.”, marca de joalharia norte-americana.
No cruzamento da 5.ª Avenida com a 57.ª Rua de Manhattan, Nova Iorque, está instalada uma loja da “Tiffany & Co.”, precisamente no edifício que surge nas imagens do vídeo. Daí o cartaz com o rosto de uma embaixadora da marca.
Por sua vez, no clip de vídeo que entretanto tem sido partilhado nas redes sociais, as imagens do cartaz foram manipuladas, trocando o rosto de Roseanne Park pela mensagem anti-Zelensky e anti-guerra sobre um fundo negro.
De resto, “em 28 de abril de 2023, meses antes de o vídeo alterado começar a circular, a ‘Tiffany & Co.’ divulgou um comunicado comemorando a reabertura da sua loja. Naquela época, não havia mais andaimes ou faixas ao redor do prédio”, sublinha a AFP Checamos, que também classificou este vídeo como “Falso“.
“No YouTube, há vídeos mostrando que só havia restos de andaimes no nível do solo no início de abril de 2023 e que, em maio, eles não estavam mais lá”, conclui, analisando os elementos visuais que se repetem nos dois vídeos (o original e o falsificado).
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