“Trabalha-se demais em Portugal, demasiadas horas. O trabalho não pode ser uma prisão. Tem de ser uma forma de nos realizarmos e está mais do que provado que mais horas de trabalho não significa melhor produção nem mais produtividade“, afirmou Mariana Mortágua, deputada e líder do Bloco de Esquerda, a 8 de maio, em conferência de imprensa na Assembleia da República.
A primeira parte dessa citação surge em destaque numa publicação no Facebook, datada de 10 de maio, na qual se critica a ideia defendida por Mortágua. “Esta ‘economista’ que não sabe a tabuada, também não sabe que o nível de produtividade face à média dos países da União Europeia, por trabalhador, é 28% inferior aos outros países”, aponta-se.
Mais, “há seis anos que o país está a cair no ranking da produtividade europeia”, sublinha-se, concluindo que “pior só os gregos e os eslovacos“.
Confirma-se assim que o nível de produtividade por trabalhador em Portugal é o terceiro mais baixo da União Europeia?
Não. De acordo com os últimos dados do Eurostat, serviço de estatística da União Europeia, referentes ao ano de 2022, o nível de produtividade laboral (por cada pessoa empregada) em Portugal fixou-se em 76,6% da média dos 27 Estados-membros da União Europeia, um aumento em relação ao ano de 2021 quando estava em 73,2%.
Apesar de estar na cauda da União Europeia neste indicador, não é verdade que “pior só os gregos e os eslovacos”.
O facto é que, além da Eslováquia (76,6%) e da Grécia (70,4%), também a Letónia (73,3%), a Hungria (73,2%) e a Bulgária (55,5%) registam percentagens inferiores à de Portugal.
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